Argentina: inflação acima de 60% no país (Ricardo Ceppi/Getty Images)
Da redação, com agências
Publicado em 16 de junho de 2022 às 18h36.
Em meio à persistente escalada dos preços, o Banco Central da Argentina anunciou nesta quinta-feira, 16, o aumento da Letra de Liquidez (Leliq) de 28 dias, a taxa básica de juros do país, de 49% para 52%.
A decisão ocorre no dia seguinte à divulgação dos dados de inflação ao consumidor do país, que atingiu mais de 60% na comparação anual de maio.
Em comunicado, a autoridade monetária também informou que subiu os limites mínimos de taxas sobre depósitos a prazo fixo da poupança, a 53% ao ano.
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Segundo o BCRA, os números mensais de inflação recuaram no mês passado e devem continuar desacelerando gradualmente. Ainda assim, a instituição avalia que houve um aumento na percepção de risco financeiro no exterior.
"A autoridade monetária continua seu processo de normalização gradual da taxa básica e do restante da estrutura de taxas de juros da economia, a fim de ajudar a preservar a estabilidade financeira e cambial, sustentar o crescimento do produto e do emprego e reduzir a inflação", diz o texto.
A decisão do Banco Central argentino vem em meio à alta generalizada da inflação pelo mundo e aumentos das taxas de juros em vários países.
O Fed, banco central americano, anunciou na quarta-feira elevação da taxa de juros dos Estados Unidos em 0,75 p.p, a maior alta no país de uma única vez desde 1994. A taxa de juros americana, que começou o ano quase zerada, está agora na faixa entre 1,5% e 1,75%.
Também ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 p.p., indo a 13,25%. É o maior nível da Selic desde 2016, diante da inflação alta no Brasil e movimentos globais.
Nesta quinta-feira, os bancos centrais do Reino Unido e da Suíça também aumentaram suas taxas de juros. As decisões na Europa, assim como a alta de juros do Fed, contribuíram para a derrubada das ações nas bolsas de valores pelo mundo nesta quinta-feira, com os mercados cada vez mais receosos de uma recessão global.
(Com informações do Estadão Conteúdo)