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As escolhas na bolsa de três novas gestoras

Gestores da Meraki, Ryo Asset e Genoa Capital traçam cenários para o Ibovespa e comentam quais suas apostas para o pós-pandemia

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B3 | Foto: Germano Lüders/ EXAME (Germano Lüders/Exame)

B3 | Foto: Germano Lüders/ EXAME (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 26 de maio de 2021 às, 17h42.

Última atualização em 27 de maio de 2021 às, 11h05.

O otimismo deve reger os próximos meses da bolsa brasileira – ao menos na opinião de três novatas no mercado brasileiro de gestão. Fundadas durante a pandemia, as gestoras Meraki Capital, Ryo Asset e Genoa Capital são encabeçadas por nomes experientes do mercado financeiro, que aproveitaram suas bagagens para criar novos produtos no mercado de ações.

A Genoa é a mais velha do grupo, com 11 meses de vida, enquanto a Ryo, a mais jovem, está em operação há apenas duas semanas. O consenso entre as três casas é de que o pior da pandemia já passou, deixando a bolsa brasileira com uma interessante janela de oportunidade para investimentos em ativos de risco, como as ações.

“A média de mortes [no Brasil] ainda é uma tragédia, mas já está 40% abaixo do pico. Estamos em um panorama melhor do que tínhamos no cenário mais crítico”, comentou Luiz Constantino, sócio da Ryo Asset em participação ontem no evento CEO Conference Brasil 2021, organizado pelo BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME).

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Para além da pandemia, o bom momento do mercado brasileiro conta com a ajuda de um cenário internacional favorável, em que os estímulos são abundantes, as commodities estão em alta e a maior economia do mundo está avançando a passos largos. Existe um temor de que a inflação nos EUA acabe forçando uma revisão da política monetária – algo que seria prejudicial para os mercados emergentes. Porém, ainda é cedo para bater o martelo. 

“Achamos que ainda demora para que o mercado tenha uma definição do cenário de inflação, e, enquanto isso, o cenário para risco continua muito bom”, completou Constantino.

Roberto Reis, sócio da Meraki, também se disse otimista com os próximos meses da bolsa, mas reforçou que é preciso deixar a euforia de lado. “2020 foi um ano complexo que deixou a base de comparação muito favorável para empresas que vão se beneficiar do processo de reabertura. Ainda assim, não estamos estruturalmente otimistas. Precisamos avançar em alguns pontos, como as reformas [administrativa e tributária] para virar uma chave estrutural construtiva para o Brasil”.

As preocupações ficam mais pessimistas quando se trata do câmbio. “Existe uma janela favorável para o real nos próximos três meses, mas ainda enxergamos o câmbio como proteção no portfólio porque a recuperação estrutural do Brasil ainda está em cheque”, argumentou. 

Por outro lado, Wlad Ribeiro, sócio da Genoa Capital, afirmou que a gestora segue apostando na alta do real. “Não duvidamos que o dólar pode cair para 4,80 reais ainda este ano”, disse. O setor em que Ribeiro segue mais conservador são as commodities. “Por mais que seja um ciclo de retomada, não acreditamos que as commodities possam dobrar de preço outra vez”, explicou.

Reis é outro que se mantém cético com uma nova disparada do setor. “Não é uma das principais apostas do nosso fundo, mas também não temos coragem de apostar contra o movimento de commodities. O cenário base é de que, com o avanço da retomada, os preços vão arrefecer”.

Principais apostas dos fundos

Os gestores comentaram também sobre algumas das principais apostas de seus portfólios. Constantino, da Ryo, destacou os pontos positivos da fusão entre Hapvida (HAPV3) e Notre Dame Intermédica (GNDI3).

“São empresas que têm uma estrutura verticalizada, ou seja, são donos das próprias redes de hospitais. Isso ataca um dos maiores problemas do ramo, que é a inflação médica. Elas conseguem, assim, garantir custos menores que os pares, deixando preço dos planos mais competitivos”, explicou. 

Reis, da Meraki, defendeu a tese do Banco Pan (BPAN4). “Apesar da ação ter dobrado de preço nos últimos dois meses, achamos que a história do banco está só começando. A empresa faz parte da tendência de financial deepening [que engloba diversificação e aprofundamento de serviços financeiros]. É algo que veio para ficar”.

Já Ribeiro, da Genoa, ressaltou a Cosan (CSAN3) como a principal escolha da gestora dentro dos critérios ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês). “A Cosan é pioneira em etanol no Brasil e enxerga isso sob a ótica correta, que é [comercializar] um etanol de segunda geração, que tem um prêmio de sustentabilidade quando é vendido na Europa. É uma empresa que tem muito potencial de crescimento e muita iniciativa”.

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