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Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2010 às 07h17.
Por Olívia Bulla
São Paulo - Apesar de a decisão sobre a sucessão presidencial no Brasil ter ficado para 31 de outubro, o rumo na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não deve se alterar. O desafio hoje para o mercado é se firmar na casa dos 70 mil pontos, retomada na última sexta-feira pela primeira vez desde abril deste ano. Enquanto os investidores acompanham a campanha dos candidatos da oposição e do governo no segundo turno, as atenções se voltam para o exterior. Às 10h13 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) registrava leve alta de 0,13%, aos 70.319 pontos.
A decisão sobre quem será o próximo presidente do Brasil foi para o segundo turno, em uma disputa na qual a candidata do PV, Marina Silva, roubou a cena e impediu a vitória da candidata do governo, Dilma Rousseff (PT), já no primeiro turno. Com variação no limite superior da margem de erro das pesquisas, a candidata verde obteve 19% dos votos válidos. Serra também ficou no teto das intenções apresentadas nos levantamentos, com 33%, enquanto Dilma apareceu com 47%, abaixo da margem de erro. Agora, a grande pergunta é: para quem vão os mais de 19 milhões de votos de Marina?
Enquanto aguardam o próximo turno das eleições, o mercado volta a monitorar a agenda econômica dos EUA, que tem como ponto alto da semana o relatório do mercado de trabalho (payroll) em setembro, que sai na sexta-feira. A previsão para o dado é de saldo zero entre a criação e a demissão de postos de trabalho no mês passado, mas com a taxa de desemprego subindo para 9,7%. Um dia antes, na quinta-feira, tem início a abertura simbólica de balanços do terceiro trimestre, com a divulgação dos resultados da Alcoa. Nesse mesmo dia, as varejistas norte-americanas divulgam suas vendas no mês passado.
Neste cenário, a Bolsa tenta defender os 70 mil pontos ao longo da semana, com os agentes buscando antecipar a precificação do ano de 2010, que deve crescer em torno de 7,5%, com muitas empresas brasileiras apresentando resultados financeiros robustos, apesar dos desafios nesse período pós-crise. "A Bolsa demorou muito para romper os 70 mil pontos e não deve perder essa marca tão fácil. Agora que começa uma nova eleição, com os votos da Marina em disputa, o mercado deve mirar mais os balanços e a correlação com o exterior fica maior", afirma o economista da Legan Asset, Fausto Gouveia.