Ânima, Méliuz, IRB, dados da China e o que mais move o mercado
Bolsas iniciam semana em queda, após desaceleração chinesa aumentar preocupações sobre recuperação da economia global
Guilherme Guilherme
Publicado em 16 de agosto de 2021 às 07h07.
Última atualização em 16 de agosto de 2021 às 07h25.
O mercado internacional inicia esta segunda-feira, 16, com as principais bolsas em queda, após dados da economia chinesa reacenderem preocupações sobre a retomada da atividade global e os efeitos do avanço de casos de coronavírus na Ásia. Na Europa, o Stoxx 600 cai 0,54%, quebrando a sequência de dez altas seguidas. Nos Estados Unidos, os índices recuam cerca de 0,2% no mercado de futuros.
Divulgado na noite de domingo, a produção industrial chinesa teve alta anual em julho de apenas 6,4% ante expectativa de crescimento de 7,8%. As vendas do varejo também decepcionaram, com o aumento de 8,5% frustrando o consenso de mercado de 11,5%. Outro sinal de desaceleração veio dos investimentos em ativos fixos, que tiveram crescimento de 10,3% na comparação anual, contra os 12,6% da divulgação anterior.
Apesar dos dados negativos, os efeitos no mercado de minério de ferro foram tímidos, com o metal chegando a subir, enquanto os futuros de aço fecharam em queda na China. No Ocidente, o petróleo registra leve queda de 0,9%.
Sem grandes divulgações macroeconômicas previstas para o restante do dia, as atenções devem se voltar aos últimos resultados da temporada de balanços do segundo trimestre.
Ânima
Uma das principais redes de ensino do país, a Ãnima (ANIM3) apresentou resultado nesta manhã, registrando lucro ajustado de 18,7 milhões de reais. A receita teve alta anual de 65% para 586 milhões de reais, superando o consenso da Bloomberg de 557,3 milhões de reais. Após o pregão, outras duas companhias do setor irão apresentar seus números: Cruzeiro do Sul (CSED3) e Yduqs (YDUQ3).
Méliuz
Ainda nesta manhã deve sair o resultado da Méliuz (CASH3). Com alta de 460% desde que entrou na bolsa, há grande pressão para que a empresa entregue o crescimento esperado pelos acionistas.
No primeiro trimestre, a Méliuz registrou crescimento de 226% de sua base de clientes ativos para 7,1 milhões, enquanto o número de cartões solicitados havia saltado 19 vezes. Desde a divulgação do balanço do primeiro trimestre, em meados de maio, as ações da fintech já subiram 66%.
IRB
Nesta noite, será a vez do balanço da resseguradora IRB (IRBR3). Com queda acumulada de 85% desde o início do ano passado, quando a empresa enfrentou uma série de escândalos, as ações têm atraído investidores à espera de que os papéis recuperem parte do valor que perderam.
Em reestruturação, a empresa tem apresentado prévia dos resultados mensalmente a mando de agentes reguladores. Para o trimestre, o mercado espera um lucro de 28 milhões de reais contra o prejuízo de 685 milhões do mesmo período do ano passado.
CVC
Investidores ainda digerem os resultados apresentados na noite de sexta-feira, 13, pela CVC (CVCB3), uma das principais empresas quando o assunto é “trade de reabertura”. Com fortes restrições de mobilidade no início do segundo trimestre, a empresa voltou a registrar prejuízo, registrando perdas de 176,2 milhões de reais.
As expectativas do mercado, porém, eram de um prejuízo ainda maior, de 221,4 milhões, segundo a Bloomberg. A receita líquida ficou em 115,5 milhões de reais, representando um forte crescimento em relação aos 3 milhões de reais do segundo trimestre de 2020.
Balanços
Neste pregão, o mercado também deve reagir aos balanços de Enjoei (ENJU3) e Tecnisa (TCSA3), que saíram na noite de sexta. Nesta segunda, além de IRB, Méliuz e empresas do setor de educação, apresentam resultados Ambipar (AMBP3), Gafisa (GFSA3), Focus Energia (POWE3), Mosaico (MOSI3), Boa Vista (BOAS3) e Cemig (CMIG4).