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Ambev (ABEV3): Credit Suisse vê mudança "fundamental" e eleva preço-alvo

Analistas preveem maior consumo per capita de cerveja e apostam em Copa do Mundo como importante fonte de receita para este ano

Cerveja Antarctica, Brahma e Skol: marcas da Ambev (Ambev/Divulgação)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 24 de agosto de 2022 às 16h06.

Última atualização em 24 de agosto de 2022 às 17h23.

O Credit Suisse elevou o preço-alvo das ações da Ambev ( ABEV3 )de R$ 16,50 para R$ 18. A melhora de perspectiva tem como pano de fundo volume de vendas consistentemente acima das expectativas de mercado. A companhia tem entregado mais que o projetado por analistas, pelo menos, desde o terceiro trimestre de 2020, a despeito dos desafios macroeconômicos.

A nova recomendação para as ações da Ambev também prevê novas estimativas operacionais para este ano, considerando o resultado melhor que o esperado para o primeiro semestre. O Ebitda projetado aumentou em 2,3% para R$ 24,5 bilhões e o lucro líquido em 9,2% para R$ 14,22 bilhões.

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"Atribuímos o desempenho da Ambev a uma mudança fundamental de mentalidade de líder de categoria para líder de crescimento de categoria", afirmou o Credit Suisse em relatório assinado pelas analistas Marcella Recchia e Fernanda Sayão. "Vale destacar que as inovações lançadas nos últimos três anos representaram cerca de 20% das vendas líquidas da Ambev em 2021. No passado, a inovação mal chegava a 5% das vendas."

Apesar dos sinais positivos, o mercado tem se concentrado no "copo meio vazio", segundo as analistas, com foco na redução de margens. Elas recordaram que até 2015 a companhia conseguiu proteger suas margens brutas perto de 70% no mercado brasileiro de cervejas, mas que o cenário mudou a partir de 2016, com a margem caindo à mínima histórica de 49,6% em 2021.

"Embora concordemos que é importante recuperar margens, também reconhecemos que a Ambev está passando por uma profunda transformação digital e cultural. Portanto, o 'novo' patamar de margens sustentáveis ​​deve ser estruturalmente diferente do que era no passado."

A expectativa do Credit Suisse é de que a compressão de margens permaneça "amplamente estável" até 2023, próximo de 48%, com menor preço de commodities e valorização do real.Para a margem Ebitda de 2023 da divisão brasileira de cerveja, as analistas projetam alta de 190 pontos-base para 29,7%, como resultado do arrefecimento da inflação.

"Isso não quer dizer que os custos de insumos não sejam mais uma preocupação. Pelo contrário, as pressões de custo de insumos continuam sendo um risco importante e são um dos fatores que os investidores monitoram de perto."

Efeito Copa do Mundo

Para o curto prazo, o Credit Suisse prevê que a resiliência no consumo de cerveja ajude compense preços ainda pressões de custos de insumos, com "oportunidades regionais para aumentar o consumo per capita", além do maior consumo de cerveja em relação a outras bebidas e novas ocasiões de consumo em casa, como a Copa do Mundo, como gatilhos estruturais para o crescimento das vendas da Ambev.

"Há uma série de motivos para estar otimista com a Copa do Mundo", disseram. Entre eles, elencaram, estão condições climáticas favoráveis (será a primeira Copa no verão durante o verão brasileiro ), aumento da renda do programa Auxílio Brasil. "Além disso,após uma eleição presidencial polarizada em outubro, a Copa do Mundo deve ser um momento de união da população, principalmente saindo da pandemia de covid-19, que induziu a demanda reprimida."

A tese tem como base uma pesquisa da Meta de que 84% dos brasileiros pretendem assistir aos jogos da Copa e 65% consumir bebidas alcoólicas. De acordo com o mesmo levantamento, 80% planejam ver as partidas de casa.

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