Ações e dívida argentina sobem com morte de Néstor Kirchner
Segundo analistas, aumento da chance de vitória da oposição na eleição do ano que vêm fez ações atingirem maior alta desde 2008
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2010 às 14h58.
Nova York - Os títulos da dívida da Argentina e as ações do país subiam após a morte do ex- presidente Néstor Kirchner, com o aumento das especulações de que os deputados de oposição vencerão as eleições do ano que vem e reverter as atuais políticas de gestão da dívida.
O rendimento dos títulos denominados em dólares com vencimento em 2033 caiu 27 pontos-base, ou 0,27 ponto percentual, para 9,19 por cento, com o preço subindo 2,35 pontos percentuais para 91,5 por cento do valor de face, segundo o JPMorgan Chase & Co. As ações argentinas negociadas em Nova York registravam a maior alta desde 2008. Os mercados locais estão fechados hoje por causa de um feriado.
Kirchner implantou a mais severa reestruturação da dívida argentina desde a II Guerra Mundial antes de passar a presidência para sua mulher, Cristina Fernandez de Kirchner, em 2007. Ele morreu vítima de um ataque cardíaco, segundo o website oficial do governo. Suas ações para trocar pessoas em cargos importantes no instituto oficial de estatística argentino, em 2007, fomentou críticas de economistas e políticas, incluindo o vice-presidente Julio Cobos, de que o governo estaria subestimando a alta da inflação no país.
“Não quero parecer cruel, mas isso aumenta as chances de um candidato da oposição vencer” a eleição presidencial do próximo ano, disse Edwin Gutierrez, que administra cerca de US$ 6 bilhões em dívida de mercados emergentes, incluindo papéis argentinos denominados em dólares e pesos, na Aberdeen Asset Management Plc em Londres. “Ele era visto como uma pedra no caminho para alguns indicadores de normalização.”
Os títulos argentinos denominados em dólar têm taxa 543 pontos-base maior que os títulos do tesouro americano. É o rendimento mais alto entre os países emergentes, atrás de Venezuela e Equador, segundo o índice referencial do JPMorgan EMBI+. A diferença entre os papéis americanos e argentinos caiu 39 pontos-base hoje, a queda mais forte em suas semanas.