Computadores: As vendas mundiais de PCs somaram 76,3 milhões de unidades no primeiro trimestre, num desempenho que ficou abaixo das expectativas da IDC de queda de 7,7 % no período. O recuo representou a quarta queda trimestral anual consecutiva. (Spencer Platt/GEtty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2013 às 16h43.
Nova York/Seatle - As ações de companhias de tecnologia tinham forte queda nesta quinta-feira depois que uma importante empresa de pesquisa do setor informou na véspera que as vendas de computadores pessoais no mundo despencaram 14 % no primeiro trimestre, num desempenho pior do que o esperado.
As ações da Hewlett-Packard tinham perda de 6,8 % no início da tarde, enquanto a Intel recuava 2,65 % e a Microsoft tombava 5 %.
Segundo a empresa de pesquisa International Data Corp (IDC), as vendas de PCs nos três primeiros meses de 2012 registraram a maior queda para o período desde o início das medições, em 1994. O recuo sobre o mesmo período de 2012 representa um importante marco no aparente declínio da era dos computadores pessoais, que enfrentam cada vez mais concorrência com dispositivos como tablets e celulares inteligentes.
As vendas mundiais de PCs somaram 76,3 milhões de unidades no primeiro trimestre, num desempenho que ficou abaixo das expectativas da IDC de queda de 7,7 % no período. O recuo representou a quarta queda trimestral anual consecutiva.
Segundo a empresa rival de pesquisa Gartner, as vendas do primeiro trimestre ficaram no menor nível desde meados de 2009. Segundo a empresa, o declínio foi de 11 % para o período.
Tanto IDC quanto Gartner afirmaram que a queda nas vendas ocorreu diante de demanda cada vez mais fraca por netbooks, que foram ultrapassados pelos tablets na preferência dos usuários, e por gastos maiores dos consumidores em smartphones.
"Os consumidores estão migrando o consumo de conteúdo de PCs para outros dispositivos conectados, como tablets e smartphones", afirmou Mikako Kitagawa, analista da Gartner. "Mesmo os mercados emergentes, onde a penetração de PCs é baixa, não devem ser uma área de forte crescimento para os fabricantes de computadores pessoais." Segundo a IDC, o novo sistema operacional Windows 8, da Microsoft, conteve potenciais compradores de PCs que consideram que não poderiam bancar computadores com telas sensíveis a toques, recurso que seria necessário para aproveitar todo o potencial da plataforma. A avaliação ocorreu apesar de o sistema poder ser executado em máquinas comuns, sem recursos de comandos por toques da mão do usuário na tela.
"As pessoas acham que precisam ter o recurso do toque e quando olham para os preços das máquinas compatíveis acabam preferindo esperar", disse Bob O'Donnell, analistas da IDC.
O'Donnell afirmou ainda que outros usuários simplesmente não se sentiram confortáveis com o novo Windows, que dispensou o familiar menu "Start" e que utiliza blocos coloridos para representar as aplicações.
Versões novas do Windows normalmente impulsionam as vendas de PCs, mas a recepção morna dos compradores para o Windows 8 pode implicar uma queda ainda maior do mercado este ano, disse Jay Chou, analista sênior da unidade da IDC que acompanha as vendas de computadores pessoais.
"Muitos usuários avaliaram que a nova versão causou um declínio na experiência tradicional do PC e ficaram sem obter muitos ganhos com os novos recursos, como a sensibilidade a toques na tela. O resultado é que muitos consumidores estão preocupados em migrar para o Windows 8, sem falar dos usuários corporativos que ainda estão chegando ao Windows 7", afirmou Chou.
A Hewlett-Packard sofreu uma queda de 24 % nas vendas de PCs no trimestre e manteve por pouco o título de maior fabricante mundial, com participação de 15,7 %. A rival chinesa Lenovo manteve suas vendas estáveis e ficou perto da HP, com fatia global de 15,3 %. A Dell, Acer e Asustek sofreram quedas de dois dígitos em suas vendas.
A Apple também não ficou imune, com algumas vendas de seus Macs sendo substituídas por iPads. As vendas de PCs da companhia nos EUA caíram 7,5 % no trimestre passado.