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Ações de construção caem até 15% com redução nos lucros

Balanços derrubam papéis de Abyara, Cyrela, Klabin Segall e Inpar

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 10h18.

Pertencentes a um dos setores com maior potencial de valorização na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) segundo avaliação das corretoras, as construtoras e incorporadoras não trouxeram boas notícias para os investidores nesta temporada de divulgação de resultados.

A queda de 39% no lucro líquido do segundo trimestre derrubou as ações da Abyara (ABYA3) nesta sexta-feira (15/8). Os papéis da companhia caíram 15,01%, para 7,70 reais, depois de terem atingido a mínima de 7,63 reais - uma desvalorização de 15,8% em relação ao fechamento anterior.

Os investidores se decepcionaram também com a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda), que caiu de 10,9 pontos percentuais - passando de 30,1% entre março e junho de 2007 para 19,2% no mesmo período desse ano - apesar do crescimento de 174,7% no Ebitda. Nem mesmo o aumento de 329,7% na receita líquida da companhia, impulsionada pelo reconhecimento de receitas de vendas na incorporação imobiliária, modificou o humor dos investidores.

Mas a Abyara não é a única empresa do setor a amargar perdas na Bolsa em decorrência dos números ruins. As ações da Cyrela (CYRE3) recuaram 2,89%, para 20,78 reais depois que a companhia anunciou queda de 35,2% em seu lucro líquido, passando de 183,9 milhões de reais no segundo trimestre de 2007 para 119,2 milhões de reais no mesmo período de 2008.

Segundo a empresa, o resultado mais modesto neste ano deve-se a eventos não-recorrentes contabilizados no balanço do ano passado, que elevaram o lucro no período. "Ao se desconsiderar esses eventos, o lucro líquido do segundo trimestre de 2007 ajustado seria de 74,1 milhões de reais e a margem líquida seria de 19,9%, o que ao se comparar com o resultado do segundo trimestre de 2008 verifica-se redução de 3,9 pontos percentuais decorrentes da redução da margem operacional e do menor resultado financeiro obtidos nesse período", explica a incorporadora.

Assim como a Abyara, a Cyrela registrou queda na margem Ebitda, passando de 27,7% em 2007 para 21,9% neste ano. De acordo com a companhia, a redução "decorre, principalmente, da redução da margem bruta resultante do atual mix de produtos, da receita não-recorrente auferida no segundo trimestre de 2007, e do maior volume de despesas comerciais, gerais e administrativas em relação à receita reconhecida, já que há um descasamento temporal entre a venda e o reconhecimento contábil da receita". O Ebitda, entretanto, cresceu 58,3%, enquanto a receita líquida saltou 100,5% e chegou a 743,9 milhões de reais.

A Klabin Segall também não escapou da queda nos lucros. A companhia viu seu ganho líquido minguar 59%, passando de 8,9 bilhões de reais no segundo trimestre de 2007 para 3,6 bilhões de reais no mesmo período de 2008. Com isso, as ações da empresa  (KSSA3) caíram 1,88%, na Bovespa nesta sexta-feira, resultado que só não foi pior porque a empresa manteve sua margem de lucro em 20% e revisou para cima seu guidance (estimativa de resultados elaborada pela empresa), elevando sua previsão de receita bruta em 2008 de 550 milhões de reais para entre 700 e 750 milhões de reais.

Já a InPar fez o contrário. Alegando condições desfavoráveis do mercado de crédito corporativo, a incorporadora reduziu seu guidance de lançamentos em 2008 de 2,5 bilhões de reais para 1,65 bilhão de reais. Assim, a meta de vendas recuou de 1,7 bilhão de reais para a faixa de 1,3 a 1,5 bilhão de reais. O impacto da notícia foi imediato. Os papéis da companhia (INPR3) caíram 5,47%, para 3,45 reais, refletindo também a queda de 12,3 pontos percentuais na margem Ebitda, que passou de passando de 21,2% em 2007 para 8,9% neste ano.  

A Rossi Residencial, apesar de apresentar resultados melhores que os esperados pelos analistas, acompanhou o movimento das demais empresas do setor. Suas ações (RSID3) recuaram 2,96% nesta sexta-feira, para 12,11 reais. A companhia reportou 50,8 milhões de reais de ganho líquido no segundo trimestre - 45% a mais que no mesmo período do ano passado - e aumento de 65% na receita, que passou de 176 milhões de reais em 2007 para 291 milhões de reais neste ano. A margem Ebitda, no entanto, recuou 4,8 pontos percentuais, de 20,8% para 16%.

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