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Ação da Ambev cai após discussão tributária; para BTG Pactual, reação é exagerada

Ações aceleraram queda no fim da manhã, chegando a um recuo de quase 5%

Ambev: reação de queda das ações é exagerada, diz BTG (Jonne Roriz/Bloomberg)

Ambev: reação de queda das ações é exagerada, diz BTG (Jonne Roriz/Bloomberg)

As ações da Ambev (ABEV3) aceleraram queda no fim da manhã desta quarta-feira, 1º, com os investidores temendo efeito negativo de bilhões no balanço por causa de créditos tributários relacionados à Zona Franca de Manaus.

  • Ambev (ABEV3): -4,39%

A reação é a manifestações da CervBrasil, associação que representa o Grupo Petrópolis e outras cervejarias brasileiras menores, que renderam uma publicação no site da revista Veja.

"Historicamente, eles têm se manifestado e lutado intensamente contra os créditos tributários gerados por empresas como Ambev e Coca-Cola ao produzir concentrados de refrigerantes na Zona Franca de Manaus [ZFM - Zona Franca de Manaus]", lembram os analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo da EXAME). As empresas que operam na ZFM estão isentas de IPI, mas as que compram concentrados delas ainda podem reconhecer os créditos tributários com base na alíquota nominal do IPI.

"Os R$ 30 bilhões mencionados na matéria referem-se, na verdade, a estimativas da Receita Federal relativas a créditos tributários acumulados em disputa entre o fisco e as empresas de bebidas. A parte eventualmente relacionada à Ambev é indiscutivelmente muito menor", explicam os analistas, afirmano que a reação do mercado "é exagerada".

A alíquota nominal caiu de 20% em agosto de 2018 para 8% agora, o que significa que boa parte do benefício já virou água. Além disso, destaca o banco, a maior afetada seriam a Coca-Cola e suas engarrafadoras, dado que a operação de não alcoólicas da Ambev é pequena em relação a todo o negócio.

Na verdade, no caso de Ambev, as perdas relacionadas a esse tipo de crédito fiscal são bastante limitadas. No terceiro trimestre, foram reportadas R$ 5,6 bilhões de perdas “possíveis” relacionadas a créditos tributários associados à Zona Franca de Manaus (um pouco menos de 3% do valor de mercado). "Mas parece justo dizer que, se esses créditos deixarem de existir, as empresas provavelmente repassarão parte desses custos aos preços."

Para a equipe do banco, os maiores riscos para os lucros da Ambev decorrem de uma reforma tributária potencialmente mais ampla que possa eliminar os incentivos fiscais associados ao pagamento de Juros sobre Capital Próprio, à força da indústria cervejeira em meio a uma economia em desaceleração e, por fim, os efeitos de conversão dos ganhos com a operação na Argentina.

O banco manteve recomendação neutra.

 

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