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A hora H da Libra: Congresso dos EUA discute moeda do Facebook

Facebook terá a missão de convencer o Congresso que sua criptomoeda pode ser lançada sem prejuízos de privacidade e segurança

Libra: obter aprovação para a criptomoeda do Facebook é visto como ponto crucial para o futuro de outras criptomoedas, como o bitcoin (Dado Ruvic/Ilustração/Foto de arquivo/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2019 às 06h38.

Última atualização em 16 de julho de 2019 às 06h58.

São Paulo — Durou pouco a empolgação do Facebook com sua criptomoeda, a Libra . No último dia 3 de julho, duas semanas depois de a empreitada ser anunciada, o Congresso dos Estados Unidos pediu à empresa que paralisasse o desenvolvimento da criptomoeda até que os legisladores tivessem tempo de analisar o caso.

E a primeira fase desse processo começa nesta semana, com o tema sendo pauta de comissões no Senado (nesta terça-feira) e na Câmara (na quarta-feira).

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As comissões vão ouvir o executivo David Marcus, presidente da Calibra, subsidiária independente do Facebook que cuidará da moeda.

Apesar da liderança informal do Facebook, a criptomoeda é uma iniciativa de 28 empresas e organizações que se juntaram em um consórcio sem fins lucrativos chamado Libra Association. A lista inclui as bandeiras de cartões Mastercard e Visa, as empresas de pagamento Paypal e MercadoPago, os apps de transporte Uber e Lyft e até o streaming de música Spotify.

Se tudo der certo, a previsão é que a Libra esteja disponível para transações no primeiro semestre do ano que vem. A associação promete que a moeda terá valor “relativamente estável” porque será baseada em ativos como títulos públicos seguros — diferente de outras criptomoedas, como o bitcoin, que podem flutuar na casa dos milhares de dólares em um mês.

Além disso, afirmam que a segurança é garantida por um sistema de blockchain, em que as transações podem ser checadas e verificadas por usuários e pelo governo.

Contudo, será especialmente difícil para o Facebook — condenado recentemente a pagar multa de 5 bilhões de dólares por casos de vazamento de dados de usuários — pedir a governos e cidadãos mundo afora que confiem na empresa.

E enquanto os governos temem que uma nova moeda sem regulação rigorosa bagunce os mercados mundiais, a comunidade de criptomoedas tem o pé atrás com o fato de que a libra tem dono e não é descentralizada como o bitcoin.

“Estou ansiosa para ter uma criptomoeda com a ética da Uber, a resistência à censura do Paypal e a centralização da Visa, tudo isso junto com o respeito pela confidencialidade demonstrada pelo Facebook”, brincou no Twitter Sarah Lewis, diretora da organização de pesquisa sobre privacidade Open Privacy.

Uma mostra do poderio das grandes empresas é que, desde o anúncio da Libra, as demais criptomoedas vêm seguindo suas perspectivas. O bitcoin, que havia subido 55% em nove dias depois do anúncio da libra, caiu 11% no fim de semana ante a expectativa das audiências desta semana.

Daqui para a frente, os amantes de criptomoedas terão na Libra um paradoxo: ao mesmo tempo que a desprezam, talvez dependam dela para provar que criptomoedas têm futuro no mundo real.

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