5 perguntas a um gestor estrangeiro sobre a bolsa brasileira
Nick Robinson, da Aberdeen, revela as principais apostas no mercado de ações
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2013 às 20h21.
São Paulo – A bolsa brasileira está barata e as melhores opções de investimentos são as empresas grandes, opina Nick Robinson, gestor para América Latina da escocesa Aberdeen Asset Management. A empresa gerencia aproximadamente 290 bilhões de dólares em ativos pelo mundo.
Desde 2009 no Brasil, o executivo garimpa as ações na região e sempre com o maior foco no país. Ao final de outubro, por exemplo, o Aberdeen Latin America Equity Fund tinha 63% dos investimentos destinados aos ativos na Bovespa. Vale, Petrobras e Bradesco ocupavam as primeiras posições no fundo.
Robinson falou a EXAME.com sobre o panorama atual da bolsa brasileira, Petrobras e também o que pensa acerca da maior presença do governo federal e das agências reguladoras em setores com bastante presença na renda variável local, como as elétricas e os bancos.
Confira a seguir 5 perguntas respondidas por ele em um evento realizado pela Amec (Associação de Investidores no Mercado de Capitais) na cidade de São Paulo nesta quarta-feira:
EXAME.com - O senhor mudou o seu portfólio de empresas investidas após as recentes intervenções do governo federal, como as feitas no setor elétrico?
Nick Robinson: Na verdade, não muito. A gente aproveitou a oportunidade para comprar mais ações dos bancos porque estão muito baratos, mas fora isso nada. Não temos investimentos no setor elétrico porque sempre tivemos a preocupação com esse setor em países emergentes, por conta do poder regulador. Então evitamos investir no setor elétrico.
Apesar de uma alta recente nos preços dos combustíveis, a Petrobras continua com preços abaixo dos praticados internacionalmente. O senhor acha que as ações continuarão pressionadas enquanto essa diferença não for resolvida? O senhor está otimista com as ações da petroleira?
Esse assunto é bem complicado porque as ações vão continuar pressionadas enquanto o governo não aumentar os preços. A Petrobras ( PETR3; PETR4 ) só tem dois caminhos a seguir: ou corta investimentos, já que não tem fluxo de caixa, ou o governo aumenta o preço do combustível. Nós estamos confiantes que o governo vai aumentar os preços no curto prazo.
Ninguém sabe ao certo, mas estamos confiantes porque o governo não quer que a Petrobras saia prejudicada.
Na sua avaliação, a bolsa brasileira está barata?
Sim, principalmente as empresas grandes.
Quais são os setores mais atrativos?
Bancos são interessantes porque estão mais baratos. Não estamos preocupados com a redução da taxa de juros e dos spreads. Os bancos são uma boa opção para se beneficiar do mercado doméstico. As outras empresas do mercado doméstico são muito mais caras.
Quais são as suas principais apostas no mercado brasileiro?
Nossas apostas estão no mercado doméstico: shoppings, varejo como a Renner ( LREN3 ) e Hering ( HGTX3 ), e os bancos. Não temos investimentos em elétricas ou no setor de telecomunicação.
São Paulo – A bolsa brasileira está barata e as melhores opções de investimentos são as empresas grandes, opina Nick Robinson, gestor para América Latina da escocesa Aberdeen Asset Management. A empresa gerencia aproximadamente 290 bilhões de dólares em ativos pelo mundo.
Desde 2009 no Brasil, o executivo garimpa as ações na região e sempre com o maior foco no país. Ao final de outubro, por exemplo, o Aberdeen Latin America Equity Fund tinha 63% dos investimentos destinados aos ativos na Bovespa. Vale, Petrobras e Bradesco ocupavam as primeiras posições no fundo.
Robinson falou a EXAME.com sobre o panorama atual da bolsa brasileira, Petrobras e também o que pensa acerca da maior presença do governo federal e das agências reguladoras em setores com bastante presença na renda variável local, como as elétricas e os bancos.
Confira a seguir 5 perguntas respondidas por ele em um evento realizado pela Amec (Associação de Investidores no Mercado de Capitais) na cidade de São Paulo nesta quarta-feira:
EXAME.com - O senhor mudou o seu portfólio de empresas investidas após as recentes intervenções do governo federal, como as feitas no setor elétrico?
Nick Robinson: Na verdade, não muito. A gente aproveitou a oportunidade para comprar mais ações dos bancos porque estão muito baratos, mas fora isso nada. Não temos investimentos no setor elétrico porque sempre tivemos a preocupação com esse setor em países emergentes, por conta do poder regulador. Então evitamos investir no setor elétrico.
Apesar de uma alta recente nos preços dos combustíveis, a Petrobras continua com preços abaixo dos praticados internacionalmente. O senhor acha que as ações continuarão pressionadas enquanto essa diferença não for resolvida? O senhor está otimista com as ações da petroleira?
Esse assunto é bem complicado porque as ações vão continuar pressionadas enquanto o governo não aumentar os preços. A Petrobras ( PETR3; PETR4 ) só tem dois caminhos a seguir: ou corta investimentos, já que não tem fluxo de caixa, ou o governo aumenta o preço do combustível. Nós estamos confiantes que o governo vai aumentar os preços no curto prazo.
Ninguém sabe ao certo, mas estamos confiantes porque o governo não quer que a Petrobras saia prejudicada.
Na sua avaliação, a bolsa brasileira está barata?
Sim, principalmente as empresas grandes.
Quais são os setores mais atrativos?
Bancos são interessantes porque estão mais baratos. Não estamos preocupados com a redução da taxa de juros e dos spreads. Os bancos são uma boa opção para se beneficiar do mercado doméstico. As outras empresas do mercado doméstico são muito mais caras.
Quais são as suas principais apostas no mercado brasileiro?
Nossas apostas estão no mercado doméstico: shoppings, varejo como a Renner ( LREN3 ) e Hering ( HGTX3 ), e os bancos. Não temos investimentos em elétricas ou no setor de telecomunicação.