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Vou perder minha herança se não fizer inventário?

S você é herdeiro, não deixe de iniciar esse processo para garantir seus direitos sobre o patrimônio deixado

A legislação brasileira estabelece que o inventário deve ser aberto em até 60 dias após o falecimento (ilkercelik/Thinkstock)

A legislação brasileira estabelece que o inventário deve ser aberto em até 60 dias após o falecimento (ilkercelik/Thinkstock)

Publicado em 13 de setembro de 2024 às 07h47.

Uma dúvida comum entre os herdeiros é se há risco de perder a herança caso o inventário não seja realizado. O inventário é o procedimento legal necessário para transferir formalmente os bens do falecido para seus herdeiros. A ausência desse processo pode, sim, acarretar complicações e até mesmo a perda de direitos sobre os bens deixados.

1. O que é o inventário?

O inventário é um processo judicial ou extrajudicial que tem como objetivo identificar, avaliar e distribuir os bens e dívidas deixados por uma pessoa falecida. Ele é necessário para que a herança possa ser formalmente transferida aos herdeiros, de acordo com a lei ou com as disposições testamentárias, caso haja um testamento.

Sem o inventário, os herdeiros ficam impossibilitados de vender, doar ou transferir legalmente os bens do falecido, como imóveis, veículos ou valores em contas bancárias.

2. Prazos para abrir o inventário

A legislação brasileira estabelece que o inventário deve ser aberto em até 60 dias após o falecimento. O não cumprimento desse prazo pode gerar consequências financeiras, como a aplicação de multas, que variam de acordo com o estado. Essas penalidades podem aumentar o custo do processo e gerar complicações desnecessárias para os herdeiros.

Por isso, mesmo que o falecimento tenha ocorrido há mais tempo, é importante abrir o inventário o quanto antes para evitar maiores prejuízos.

3. O risco de perder a herança

Apesar de não perder automaticamente o direito à herança se o inventário não for realizado, o herdeiro pode enfrentar algumas situações que dificultam ou até impedem o acesso aos bens herdados. Por exemplo:

  • Bens não regularizados: Sem o inventário, os herdeiros não podem registrar os bens em seus nomes, o que pode levar à perda de oportunidades, como a venda ou locação de imóveis.
  • Intervenção de terceiros: Dívidas pendentes, credores ou até outros herdeiros podem solicitar judicialmente a realização do inventário, complicando o processo de divisão de bens. Em alguns casos, a falta de ação por parte dos herdeiros pode permitir que terceiros tentem reivindicar a herança.
  • Multas e complicações legais: A não realização do inventário dentro do prazo pode gerar multas e processos demorados, além de aumentar os custos de regularização dos bens.

4. Como evitar complicações

A melhor maneira de evitar perder sua herança ou enfrentar complicações legais é iniciar o processo de inventário o quanto antes. Existem duas formas de realizá-lo:

  • Inventário judicial: Necessário quando há herdeiros menores de idade, incapazes ou quando não há consenso entre os herdeiros sobre a divisão dos bens.
  • Inventário extrajudicial: Pode ser feito em cartório, de forma mais rápida e simples, desde que todos os herdeiros sejam maiores, capazes e estejam de acordo com a partilha.

Em ambos os casos, é essencial contar com a orientação de um advogado para conduzir o processo de forma adequada.

Por que é importante você saber disso

Embora a falta de inventário não resulte na perda automática da herança, ela pode gerar diversos problemas e complicações legais que podem prejudicar os herdeiros. Realizar o inventário dentro do prazo e com a devida orientação jurídica é fundamental para garantir o recebimento dos bens e evitar surpresas desagradáveis. Portanto, se você é herdeiro, não deixe de iniciar esse processo para garantir seus direitos sobre o patrimônio deixado.

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