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Como a ausência de um testamento pode complicar a herança?

A ausência de um testamento geralmente aumenta os custos do processo de sucessão

Com um testamento, é possível destinar até 50% do patrimônio para terceiros (Spanic/Getty Images)

Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 18h23.

A ausência de um testamento pode tornar o processo de partilha de bens mais demorado e conflituoso, especialmente em casos de famílias grandes ou com relacionamentos complexos. Sem um documento claro que estabeleça como os bens devem ser divididos, a herança é regida pelas regras gerais do Código Civil, o que pode gerar disputas e dificuldades entre os herdeiros. Entenda como a falta de um testamento pode complicar a sucessão e quais são as possíveis consequências.

1. Divisão obrigatória conforme a lei

Quando não há testamento, a herança é dividida segundo as regras legais de sucessão. Isso significa que os bens serão distribuídos entre os herdeiros necessários (cônjuges, descendentes e ascendentes) em proporções definidas pela lei. Essa divisão pode não refletir a vontade do falecido, especialmente em casos de famílias recompostas ou uniões informais.

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Consequência:
Herdeiros podem se sentir injustiçados, e disputas sobre quem tem direito a determinados bens podem surgir.

Como evitar:
A elaboração de um testamento permite especificar como os bens devem ser repartidos, respeitando os limites legais.

2. Possibilidade de conflitos familiares

Sem um testamento claro, divergências podem surgir entre os herdeiros, principalmente em relação à partilha de bens específicos, como imóveis, veículos ou negócios familiares. Isso pode resultar em discussões prolongadas e até processos judiciais.

Consequência:
Conflitos emocionais e financeiros podem comprometer a harmonia familiar, além de atrasar a conclusão do inventário.

Como evitar:
Um testamento detalhado pode ajudar a prevenir disputas, especificando a divisão de cada bem de forma objetiva.

3. Maior duração do processo de inventário

O inventário é o procedimento legal necessário para formalizar a partilha de bens. Sem um testamento, o processo pode se tornar mais demorado, já que será necessário identificar todos os herdeiros legais e chegar a um consenso sobre a divisão.

Consequência:
Os herdeiros podem enfrentar atrasos no acesso aos bens e aumentar os custos com advogados e taxas judiciais.

Como evitar:
Com um testamento, o inventário se torna mais ágil, já que as instruções do falecido guiam o processo.

4. Desafios em famílias recompostas

Em casos de famílias recompostas, onde há filhos de diferentes uniões ou relacionamentos informais, a falta de um testamento pode gerar incertezas sobre a divisão dos bens. A lei pode não contemplar todos os envolvidos, o que pode deixar alguns membros da família desamparados.

Consequência:
Herdeiros de diferentes núcleos familiares podem discordar sobre direitos e proporções da herança.

Como evitar:
O testamento permite ao falecido deixar disposições específicas que contemplem todos os membros da família de forma justa.

5. Impossibilidade de beneficiar terceiros

Sem um testamento, é impossível destinar parte da herança a pessoas ou instituições que não sejam herdeiros necessários (cônjuge, filhos ou pais), como amigos, organizações de caridade ou mesmo empregados próximos.

Consequência:
A vontade do falecido de beneficiar terceiros pode não ser respeitada, já que a divisão segue as regras legais.

Como evitar:
Com um testamento, é possível destinar até 50% do patrimônio para terceiros, respeitando a parte reservada aos herdeiros necessários.

6. Desafios na administração de bens indivisíveis

A ausência de um testamento pode gerar complicações na administração de bens indivisíveis, como imóveis ou empresas. Os herdeiros podem discordar sobre o que fazer com o bem — vendê-lo, mantê-lo em uso conjunto ou dividi-lo.

Consequência:
A falta de consenso pode levar à paralisação de negócios ou à deterioração do patrimônio.

Como evitar:
Um testamento pode especificar como bens indivisíveis devem ser administrados ou distribuídos.

7. Custos financeiros e emocionais elevados

A ausência de um testamento geralmente aumenta os custos do processo de sucessão, incluindo taxas judiciais e honorários advocatícios. Além disso, os conflitos e atrasos podem causar um desgaste emocional significativo entre os herdeiros.

Consequência:
Os custos financeiros e emocionais podem reduzir o valor líquido da herança e comprometer os relacionamentos familiares.

Como evitar:
Planejar a sucessão com um testamento pode economizar tempo, dinheiro e preservar a harmonia familiar.

Por que você precisa saber disso

A ausência de um testamento pode complicar significativamente o processo de herança, gerando conflitos familiares, atrasos no inventário e dificuldades na administração de bens. Planejar a sucessão e elaborar um testamento são passos fundamentais para garantir que a divisão dos bens ocorra de forma justa e alinhada à vontade do falecido. Além disso, isso ajuda a preservar a paz entre os herdeiros e a proteger o patrimônio.

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