Originalmente cunhado por Mark Gubrud em 1997, inteligência artificial geral faz alusão a sistemas capazes de rivalizar ou superar a inteligência humana, especialmente em tarefas relacionadas ao trabalho intelectual (Andriy Onufriyenko/Getty Images)
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Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 13h37.
Até pouco tempo atrás, desenvolver e atingir o marco da “inteligência artificial geral” (AGI) era considerado o objetivo máximo da indústria de IA. Originalmente cunhado por Mark Gubrud em 1997, embora com significado pouco nítido, o termo faz alusão a sistemas capazes de rivalizar ou superar a inteligência humana, especialmente em tarefas relacionadas ao trabalho intelectual.
No entanto, grandes empresas de tecnologia estão progressivamente abandonando o conceito de AGI e substituindo-o por novos termos para evitar a confusão, o medo público e as imprecisões associadas a ele – mesmo que o significado intrínseco permaneça, em grande parte, o mesmo.
Ao longo deste ano, CEOs de gigantes da IA começaram a diminuir o uso do termo ou a minimizar a importância do marco da AGI. Dario Amodei, CEO da Anthropic, chegou a dizer publicamente que "sempre considerou o termo como de marketing". Outros, como Sam Altman, CEO da OpenAI, e Satya Nadella, da Microsoft, adotaram posturas semelhantes, considerando o termo “não útil” e até "sem sentido" em alguns contextos.
No lugar da AGI, essas empresas têm lançado novos conceitos como: “superinteligência pessoal” (PSI), pela Meta, “superinteligência humanista” (HSI), pela Microsoft, “inteligência geral útil” (UGI), pela Amazon, ou, simplesmente, “IA poderosa” (PI), como tem feito a Anthropic.Essas redefinições tentam desviar o foco do conceito tradicional de AGI, frequentemente associado a riscos existenciais e à ideia de uma IA ilimitada. Agora, elas buscam criar sistemas úteis e controláveis, voltados para melhorar a produtividade humana, mas sem as conotações de um poder desmedido.
A mudança de terminologia reflete o desejo de empresas de IA de se afastarem da carga dramática e até negativa do conceito de AGI, que envolve temores sobre a dominação da IA e a ameaça existencial para a humanidade.
Nesse cenário, o termo “superinteligência artificial” (ASI) surge como uma alternativa mais focada em uma IA que ultrapassa a inteligência humana em todas as áreas, mas também apresenta suas próprias ambiguidades: o que exatamente significa a “superinteligência”? E qual benchmark – ou quais especialistas – vai atestar que a ela foi atingida?
Assim, todos esses termos parecem amorfos e incapazes de definir claramente os impactos e potenciais desencadeados pela expansão global da inteligência artificial. Certo é que, embora outras terminologias e acrônimos certamente continuarão a surgir para definir o momento atual, centenas de bilhões de dólares seguem sendo investidores em máquinas capazes de automatizar tarefas desempenhadas por humanos. Primeiro, as repetitivas e rotineiras. Depois, quem sabe?