Na Moises, você já pode vender sua voz para outra pessoa cantar
Startup que já oferece aplicativo capaz de isolar diferentes sons instrumentais em músicas, agora aposta em uma plataforma para a compra e venda de vozes sintetizadas
Repórter
Publicado em 7 de dezembro de 2023 às 15h21.
Última atualização em 7 de dezembro de 2023 às 18h57.
A Moises, uma empresa de ferramentas digitais para músicos, criada por brasileiros, mas com sede em Salt Lake City, lançou para o mercado mercado musical nesta sexta-feira, 7, uma nova solução de inteligência artificial (IA) que se conecta perfeitamente com o espírito da produção musical atual.
Chamada de Music.AI, a novidade é um hub com foco em agências, gravadoras e editoras; que funciona como central de ferramentas profissionais de produção de música. Entre elas, o primeiro hit comercial da empresa, um app homônimo que serve para separar ou eliminar sons instrumentais ou vocais. E também o mais recente, o Voice Studio, que traz um recurso que se vale da modelagem de voz com IA, a técnica similar, mas não igual, ao que permitiu recentemente que uma música falsa do cantor canadense Drake fosse parar entre as mais tocadas do mundo.
- Waze com problemas: aplicativo apresenta instabilidade nesta quarta
- Saiba como calcular o valor do IPVA 2024
- Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA sobem 7 mil, para 218 mil
- Petrobras reduz preço de diesel para distribuidoras
- Governo Milei anuncia Santiago Bausilli como presidente do BC argentino
- VÍDEO: "Não vou abrir mão de ter um grande time em 2024", diz Augusto de Melo, do Corinthians
E, distante das produções falsas e sem autorização, a IA da Moises abre uma nova oportunidade para os vocalistas gerarem receita, licenciando seus próprios modelos de voz para outros produtores de música e criadores de conteúdo.
Entre as propostas, está a de que empresas de produção de vídeo e áudio com pouco tempo para criar demos para clientes possam produzir e entregar o conteúdo rapidamente, prototipando e produzindo demos já em alta qualidade.
As mesmas também podem utilizar o Voice Studio para encontrar uma voz que tenha o "melhor fit" para a marca de seus clientes. Dessa forma, a contratação de profissionais de locução pode ser melhor planejada e programada.
Para entender melhor o apelo, considere o gênero musical bedroom wave, que agrupa artistas que compõem e gravam sozinhos em seus quartos, usando os recursos tecnológicos mais à mão, e no qual se pode utilizar de sons de simuladores de equipamentos reais gerados por programas como ProTools, Logic e FL Studio.
Essa nova dinâmica mostra como faz sentido o hub. Por essência, o bedroom wave exige do músico e produtor o manejo de ferramentas como as da Moise, mas uma dezena de outros gêneros musicais populares atualmente atuam do mesmo jeito, com estúdios de grandes sucessos se resumindo a um notebook e uma caixa de monitor de som.
"Há tantos cantores incríveis no mundo que passam despercebidos. A Moises desenvolveu um novo modelo de negócios que capacita esses artistas a ampliar seu alcance para um mercado mais amplo de criadores que desejam aprimorar e filtrar sua própria voz", explica Geraldo Ramos, CEO da Moises.
Quanto ao modelo de negócio, Geraldo explica que a empresa oferece uma plataforma onde os usuários podem adquirir créditos para utilizar os módulos de tecnologia, como a separação de acordes, pagando por tempo de uso. Ele ressalta que a empresa tem parcerias com mais de 2 mil empresas e que a forma de cobrança por tempo de uso é a mais adequada para serviços de inteligência artificial.
Na outra ponta, um dos projetos futuros da Moises é justamente identificar em músicas quando uma voz for resultado de uma criação sintética, visando combater o uso indevido de vozes de celebridades. Ao considerar que o app já aglomera 40 milhões de usuários, há muito mais para se ouvir da Moises.