Inteligência Artificial

Meta interrompe uso de recursos de IA generativa no Brasil; saiba o motivo

Órgão ligado ao governo federal questionou política da big tech de treinar ferramenta com dados das redes sociais

Com a revisão da política de privacidade, o criador de figurinhas no WhatsApp não está mais disponível (Reprodução)

Com a revisão da política de privacidade, o criador de figurinhas no WhatsApp não está mais disponível (Reprodução)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 18 de julho de 2024 às 07h25.

A Meta, dona de Instagram, Facebook e WhatsApp, informou nesta quarta-feira que interrompeu o uso dos recursos de inteligência artificial generativa no Brasil após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), ligada ao governo federal, determinar que a big tech suspendesse a coleta de informações de usuários para treinar seu sistema de IA.

A chamada inteligência artificial generativa é capaz de criar conteúdos, como ocorre no ChatGPT. Ela pode criar textos, vídeos, imagens e códigos de programação.

Um dos recursos de IA generativa mais populares da Meta no Brasil é o criador de figurinhas no WhatsApp - a ferramenta faz desenhos inéditos a partir de uma breve orientação por texto. O recurso não está mais disponível.

A Meta planejava lançar no Brasil, agora em julho, a Meta AI, uma assistente integrada ao Facebook, Messenger, WhatsApp e Instagram que poderia gerar imagens e criar textos. Com mais de 200 milhões de pessoas, o Brasil é o segundo maior mercado do WhatsApp da Meta no mundo, perdendo apenas para a Índia.

Questionamento da  ANPD

Em junho, em sua política de privacidade, a empresa de Mark Zuckerberg previa treinar sua IA com informações de usuários postadas em redes sociais, como fotos e textos. "Usamos informações que estão publicamente disponíveis online e informações licenciadas. Também usamos informações compartilhadas nos produtos e nos serviços da Meta", informava o documento.

Isso levantou questionamentos da ANPD, que pediu o fim dessa política. O órgão também pediu multa de R$ 50 mil por dia "em virtude do risco iminente de dano grave e irreparável ou de difícil reparação aos direitos fundamentais dos titulares afetados".

Agora, o novo documento, válido desde 9 de julho, retirou os pontos que tratavam do uso de dados em redes sociais para treinar a IA generativa da Meta.

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