Inteligência Artificial

Japão busca expandir IA e criar empresa para superar Nvidia

O país prepara bilhões de dólares em subsídios como parte de um esforço para triplicar a produção doméstica de chips até 2030

Yasutoshi Nishimura: ministro da Economia do Japão (Kiyoshi Ota/Bloomberg)

Yasutoshi Nishimura: ministro da Economia do Japão (Kiyoshi Ota/Bloomberg)

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Agência de notícias

Publicado em 5 de julho de 2023 às 16h03.

Última atualização em 5 de julho de 2023 às 16h19.

O Japão prepara o terreno para abrigar algumas das maiores empresas do mundo em inteligência artificial (IA), disse o ministro da Economia do país, Yasutoshi Nishimura, a um grupo de estudantes da Universidade de Tóquio na terça-feira, 5.

Isso inclui apoiar startups promissoras e grandes empreendimentos, além de promover discussões sobre a renda básica universal, já que a IA torna mais empregos obsoletos, disse em um simpósio. “As pessoas terão mais tempo” quando robôs, drones, veículos autônomos e outros dispositivos fizerem mais à medida que a IA evoluir, afirmou.

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O Japão também precisaria de capacidade para impulsionar o desenvolvimento de processadores de treinamento de IA, disse Nishimura. Essa categoria é liderada pela fabricante de chips gráficos Nvidia, que se tornou a companhia de chips mais valiosa do mundo graças à sua aposta pioneira em inteligência artificial. “Espero criar uma empresa no Japão que supere a Nvidia”, disse.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, intensificou o apoio ao setor doméstico de semicondutores, apostando que a mudança de prioridades geopolíticas ajudará o Japão a recuperar parte de sua liderança há muito perdida no segmento de chips.

O país prepara bilhões de dólares em subsídios como parte de um esforço para triplicar a produção doméstica de chips até 2030, enquanto um fundo apoiado pelo governo também trabalha para fortalecer a cadeia de suprimentos de chips japonesa.

O país de nascimento do “Astro Boy” mantém discussões públicas sobre o impacto da IA na sociedade há mais tempo do que a maioria. E enquanto o Japão elabora diretrizes para o uso da IA generativa este ano, essas regulamentações não precisam desacelerar o progresso da tecnologia, disse Kishida. “Não é uma escolha de tudo ou nada”, afirmou durante o simpósio.

O fundador do SoftBank, o bilionário Masayoshi Son, que também compareceu ao evento, estava especialmente entusiasmado. Son disse no mês passado que o Vision Fund, o maior pool de capital de tecnologia do mundo, busca novos investimentos depois de acumular bilhões de dólares em perdas em suas apostas em IA.

“Precisamos discutir o que significa ser um humano, quando não somos mais o ser animado mais inteligente do planeta”, disse. “Este é o momento de o Japão dedicar todos os seus esforços à IA.”

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