Google I/O: app de Fotos agora conta com o próprio chatbot (Google/Divulgação)
Repórter
Publicado em 14 de maio de 2024 às 14h55.
Última atualização em 14 de maio de 2024 às 19h40.
SAN JOSÉ, CALIFÓRNIA — Há pouco mais de duas décadas, um hábito entrou na vida digital de todos que usam internet e se tornou tão comum, mas ainda tão transformador como outras grandes inovações da história: pesquisar no Google. Virou, por definição, um verbo. Abandonamos os dicionários e páginas amarelas para abrir espaço para algo mais rápido e digital.
Nesta terça-feira, 14, a empresa que definiu a experiência de busca na internet apresentou sua nova forma de conexão com o mundo, com a chegada oficial da inteligência artificial generativa na Busca. Trata-se de uma cara nova para todo o serviço, com a apresentação de informações ainda mais personalizada e aprimoradas pelo cruzamento do consumo do usuário e seus interesses. Antes possível somente para quem a habilitasse, agora a ferramenta aparecerá automaticamente na hora de fazer qualquer pesquisa.
É uma mudança que vai mudar a forma como buscamos na internet para sempre: com resumos gerados automaticamente, o trabalho braçal de ir atrás da informação agora vai ficar ainda mais raro. Como disse Liz Reid, vice-presidente e Head de Pesquisa: "O Google fará o 'googling' para você".
Google anuncia ferramentas de criação para vídeos, imagens e músicaAs novidades vêm um dia após a OpenAI apresentar o GPT-4 o — o "o" vem de "omni", que significa "tudo" —, modelo de linguagem capaz de interpretar o mundo real por meio da câmera do smartphone. Aponte para alguns ingredientes no armário, por exemplo, e pergunte qual receita pode ser criada a partir deles. O chatbot responderá via áudio de forma natural.
O Google mostrou algo semelhante, mas ainda em fase experimental, chamado projeto Astra. Está evidente que as duas empresas estão competindo para ver quem soltará a melhor e maior ferramenta de IA — e há rumores, inclusive, de que a OpenAI deve um dia anunciar o próprio serviço de busca —, mas ainda não está claro quem sairá vencedora. De um lado, uma empresa com décadas de experiência e valor de mercado de US$ 2 trilhões. Do outro, uma startup estimada em US$ 80 bilhões que virou o Vale do Silício de cabeça para baixo.
Em vez de dividir sua pergunta em diversas pesquisas, você pode fazer as perguntas mais complexas, com todas as nuances e advertências que tiver em mente, tudo de uma só vez.
Se alguém estiver procurando por um novo estúdio de ioga, por exemplo, pode pedir por um lugar próximo do seu trabalho e com desconto para novos membros com somente uma pesquisa.
Tudo isso é possível graças a um novo modelo Gemini personalizado. Ele reúne os recursos avançados do Gemini — incluindo raciocínio em várias etapas, planejamento e multimodalidade — com sistemas de pesquisa.
Por enquanto, a nova forma de pesquisar está disponível somente nos Estados Unidos. Segundo Sundar Pichai, CEO do Google, ela deve chegar a outros países em breve.
Também será possível usar o Gemini na Busca para planejar algo. O planejamento de refeições e viagens permite, por exemplo, que a IA crie um itinerário com base nos seus interesses, horário de voo e outros detalhes.
Por enquanto, está disponível no Search Labs, em inglês, nos EUA. Ainda este ano, o Google adicionará recursos de personalização e mais categorias, como festas, encontros noturnos e exercícios.
Inteligência artificial generativa do Google, o Gemini agora está disponível na grande maioria dos produtos Google. Usuários Android já podem habilitar o assistente de IA generativa no smartphone. Veja alguns exemplos de como usar o Gemini na prática:
*A jornalista viajou a convite do Google