IA que pode substituir humanos no trabalho deve surgir até o fim do ano, segundo Sam Altman
Com perdas de US$ 5 bilhões no último ano, a startup de Altman tenta convencer investidores com promessa de inteligência artificial ainda em 2025
Repórter
Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 15h31.
Última atualização em 9 de janeiro de 2025 às 15h33.
Desde o lançamento do ChatGPT , em novembro de 2022, a OpenAI tornou-se protagonista no mercado de inteligência artificial (IA). A empresa, que acumulou uma receita de US$ 3,7 bilhões, mas registrou perdas de US$ 5 bilhões no último ano, precisa de uma narrativa poderosa para manter o interesse de investidores.
Sam Altman, CEO da OpenAI, forneceu uma tese capaz de manter a animação ao afirmar recentemente que a empresa “sabe como construir AGI” — a inteligência artificial geral capaz de realizar tarefas de forma igual ou melhor que humanos — e que ela deve aparecer até o fim do ano de 2025. A declaração elevou debates sobre as reais capacidades da tecnologia e as perspectivas de uma economia moldada pela IA.
O que é AGI e por que importa?
A AGI, ou inteligência artificial geral, é um conceito teórico que descreve um sistema capaz de superar a inteligência humana em diversas áreas cognitivas. Empresas como a OpenAI e a Google DeepMind, divisão especializada em IA da Alphabet, colocaram a AGI como meta final de seus esforços, alimentando tanto expectativas quanto críticas.
Apesar do ceticismo, o mercado financeiro segue otimista. Com uma avaliação de US$ 150 bilhões, a OpenAI atrai investidores confiantes de que a AGI pode transformar radicalmente setores como ciência, negócios e inovação tecnológica.
Enquanto a AGI permanece uma ambição distante, sistemas de inteligência artificial com objetivos específicos já estão gerando resultados concretos. Um exemplo é o crescimento dos chamados agentes autônomos, programas de IA projetados para executar tarefas práticas, como organizar viagens, gerenciar agendas e fornecer suporte ao cliente.
Jensen Huang, CEO da Nvidia, uma das maiores fabricantes de chips gráficos e parceiros da OpenAI, definiu agentes autônomos como sistemas capazes de “perceber, raciocinar, planejar e agir”. A popularidade desse conceito impulsionou investimentos em startups de IA, que captaram 37% dos US$ 275 bilhões de venture capital globais em 2024, de acordo com o relatório State of Venture da CB Insights.
Sam Altman acredita que agentes de IA poderão transformar operações empresariais já em 2025, ao melhorar a produtividade em áreas como logística, atendimento ao cliente e até mesmo gestão de recursos humanos.
Contudo, confiar em agentes de IA autônomos para realizar essas tarefas exige que o usuário tenha confiança na tecnologia. Os problemas com alucinações (respostas incorretas geradas pela IA) já são bem conhecidos. Outra preocupação é a injeção de comandos maliciosos, na qual terceiros enganam agentes de IA para divulgar informações confidenciais. Para construir uma economia segura de múltiplos agentes em larga escala, será necessário desenvolver uma infraestrutura confiável, isso custa tempo e, principalmente, dinheiro.