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Como lidar com as preocupações sobre o uso de IA em tarefas profissionais

Estudo revela que 38% das empresas na América Latina planejam investir em treinamento de IA nos próximos 12 meses. O que é possível fazer em meio a transformação?

Inteligência artificial: questão agora não é mais o que a IA pode fazer, mas sim o que ela ainda não pode (Yang Jianzheng/Getty Images)
Joaquim Campos

Vice-presidente de IA, Dados e Automação da IBM América Latina

Publicado em 4 de julho de 2024 às 14h53.

Sabemos que o avanço da IA tem causado preocupação entre os profissionais que temem perder o emprego para as máquinas. Também sabemos que a IA generativa é diferente de qualquer tecnologia anterior. Está mudando rapidamente os negócios e a sociedade, forçando os líderes a replanejar seus planos, hipótesis e estratégias em tempo real.

Embora existam muitas dúvidas sobre o assunto hoje, tenho uma visão clara de que a IA generativa está redefinindo todos os cargos e áreas, desde pessoas em funções de nível básico até a alta administração, e que não substituirá as pessoas. Serão as pessoas que sabem usar IA que substituirão as que não sabem.

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O estudo Global AI Adoption Index 2023 revelou que, seguindo a tendência global, nas empresas latinoamericanas, a maior barreira para a adoção de IA é a limitação de habilidades, experiência ou conhecimento de IA (32%). Mas a boa notícia é que esse mesmo estudo aponta que, para resolver esse problema, 38% das empresas da América Latina planejam investir em treinamento e desenvolvimento de sua força de trabalho nos próximos 12 meses.

As empresas de hoje precisam se concentrar em atrair e reter talentos, mas, ao mesmo tempo, precisam preparar sua força de trabalho para novos aplicativos de IA. Isso significa combinar a experiência humana e o conhecimento de processos complexos com ferramentas de IA para alcançar objetivos mais rápido do que nunca. Também envolve ensinar às pessoas as habilidades relevantes para trabalhar de forma criativa e responsável com IA.

Isso não quer dizer que todos os funcionários terão que aprender a desenvolver ou codificar; no entanto, a maioria precisará se familiarizar com novas soluções de IA. Ao mesmo tempo, as empresas precisarão pensar sistemicamente na atribuição de funções que sejam mais gratificantes e impactantes para o negócio. Dessa forma, infundir IA nos fluxos de tarefas de uma empresa não apenas impulsionará novos insights e inovação, mas também levará a uma força de trabalho mais satisfeita e produtiva.

Como toda inovação ao longo da história, a força de trabalho passa por uma adaptação em que precisa aprender novas habilidades para abandonar aquelas que podem ser realizadas por recursos tecnológicos. Para isso, recomendo que os profissionais busquem treinamentos em relação à IA para se adaptarem a essa nova realidade.

Existe um programa de educação chamado SkillsBuild, que oferece cursos gratuitos e curtos em português sobre habilidades e tecnologias para o trabalho, como IA e IA generativa. Além disso, os cursos oferecem certificações e são pensados sob a metodologia de aprendizagem baseada em projetos para aplicar o conhecimento aprendido.

Por fim, por mais que a IA ajude a produtividade, nenhuma tecnologia substitui a visão humana. Exemplo disso é a recente história de sucesso do Sevilla FC, que desenvolveu uma ferramenta alimentada por IA generativa que ajuda a encontrar o jogador ideal para determinada posição, em meio a um banco de dados com 200 mil relatórios. Por mais que a IA torne esse processo mais dinâmico e assertivo, é o olho humano que é capaz de avaliar um atleta como um todo, com suas características físicas e comportamentais, para que esses dados possam fazer sentido.

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