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Petrobras vai rever plano de negócios para os próximos anos

"Com esse ambiente, com certeza aquele plano de negócios (2015-2019) não está mais de pé...", disse a fonte da estatal, falando sob condição de anonimato


	Petrobras: segundo a fonte, não há problemas quanto aos investimentos deste ano, uma vez que a estatal sabia "que a situação ruim poderia se aprofundar" e antecipou captações, mas deve haver mudanças no cenário para os próximos anos
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Petrobras: segundo a fonte, não há problemas quanto aos investimentos deste ano, uma vez que a estatal sabia "que a situação ruim poderia se aprofundar" e antecipou captações, mas deve haver mudanças no cenário para os próximos anos (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2015 às 13h02.

Rio de Janeiro - A Petrobras vai rever seu plano de negócios para os próximos anos devido a uma piora no cenário econômico e de mercado, com possibilidade de cortes nos investimentos após 2015 e redução do ritmo das vendas de ativos, afirmou nesta segunda-feira uma alta fonte da estatal.

"Com esse ambiente, com certeza aquele plano de negócios (2015-2019) não está mais de pé... Temos recursos e caixa para esse ano. Não temos problemas com 2015 e nosso cenário é para 2016", disse a fonte da estatal, falando sob condição de anonimato.

Segundo a fonte, não há problemas quanto aos investimentos deste ano, uma vez que a estatal sabia "que a situação ruim poderia se aprofundar" e antecipou captações, mas deve haver mudanças no cenário para os próximos anos. Uma revisão do plano deverá ser feita no último trimestre de 2015, com vistas a 2016.

No caso das vendas de ativos, deve ser adotada uma posição de mais cautela, ante o plano inicial de desinvestimentos de 15,1 bilhões de dólares entre 2015 e 2016.

O petróleo no mercado internacional é negociado atualmente abaixo de 47 dólares por barril, menos da metade do valor de um ano atrás, em meio a uma grande oferta global, o que reduz a atratividade de ativos no setor.

Além disso, agência de classificação de risco Standard & Poor's retirou, na semana passada, o selo de boa pagadora da Petrobras, como parte de uma série de ações sobre ratings de empresas brasileiras após ter tirado o grau de investimento do Brasil.

"Nesse cenário, só vamos vender se houver algum ativo que não foi afetado por essa conjuntura e por essa volatilidade. A maioria dos ativos está nessa condição de volatilidade, por isso a ideia é retroceder, dar uma segurada para um melhor momento", disse a fonte.

Assim, a oferta pública de ações (IPO) da subsidiária BR Distribuidora não deverá ocorrer em outubro, como esperado inicialmente, e a empresa aguardará uma "janela de oportunidade" para concretizar a operação.

"Falar em IPO numa hora dessas é complicado. Tem que aguardar o cenário e uma janela de oportunidade. Outubro já não será mais. Ainda tem muita coisa em aberto", disse a fonte na petroleira.

A fonte também disse que o pedido de licença feito pelo presidente do Conselho da Petrobras, Murilo Ferreira, que também é presidente-executivo da Vale, não está relacionado às discussões sobre a abertura de capital da BR Distribuidora.

Segundo a fonte, Ferreira vai aproveitar a licença até o fim de novembro para focar na Vale, que enfrenta turbulências com a desaceleração da economia da China.

A fonte destacou ainda que a posição do presidente do Conselho, que foi contra um IPO da BR Distribuidora neste momento, foi a que prevaleceu.

"A posição dele sobre a BR e as contingências até levaram para outra solução, que foi não fazer o IPO agora. (A Petrobras) não vai ser irresponsável de fazer um IPO agora, nessas condições de mercado."

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