Bill Gates: bilionário prevê revolução na saúde, agricultura e educação (JEFF PACHOUD / Colaborador/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 12h11.
Para Bill Gates, o fundador da Microsoft (MSFT), a inteligência artificial é a tecnologia mais transformadora da atualidade — mas também um campo onde muitos não vão resistir. Em entrevista à CNBC durante o Abu Dhabi Finance Week, Gates afirmou que o mercado de IA é “hipercompetitivo” e que parte das empresas altamente valorizadas hoje não manterá esse patamar.
“IA é a coisa mais importante acontecendo agora”, disse. “Mas isso não significa que todas essas empresas com valorizações altíssimas serão vencedoras.”
Segundo Gates, há sinais de bolha no setor, especialmente com companhias como Palantir e Tesla, cujos múltiplos de preço sobre lucro ultrapassam 200, bem acima da média do S&P 500, que gira em torno de 25. “Algumas dessas avaliações vão cair”, afirmou. “IA é uma bolha apenas no sentido de que nem todas as empresas continuarão subindo.”
Apesar das dúvidas sobre a sustentabilidade das avaliações, Gates reforçou que a inteligência artificial é uma tecnologia “profundamente real” e com potencial de transformar setores inteiros. “Ela vai remodelar o mundo. Não há a menor dúvida quanto a isso”, disse.
Entre os benefícios mais promissores, Gates destacou impactos em áreas como saúde, educação e agricultura, especialmente em países em desenvolvimento.
Durante o evento, a Fundação Bill & Melinda Gates, junto a outros filantropos e líderes globais, anunciou um compromisso de US$ 1,9 bilhão para combater a poliomielite e fortalecer sistemas de saúde pública em países de baixa renda. Parte dos recursos será direcionada para o uso de inteligência artificial em soluções de saúde e produtividade agrícola.
“Vamos testar ferramentas como médicos virtuais, tradutores de dialetos africanos e consultores agrícolas digitais”, afirmou Gates. “A maioria das pessoas na África são pequenos agricultores com baixa produtividade. Queremos mudar isso — e vemos que é possível.”
Segundo ele, 2026 será um ano essencial para consolidar esses projetos e comprovar o valor prático da IA em larga escala. “Temos os recursos. Agora é hora de usá-los com eficácia.”