Como o celular nos ajuda a ler mais
Graças aos smartphones, livros, revistas e jornais digitais estão cada vez mais acessíveis, aquecendo o mercado das publicações online
Paula Gondim
Publicado em 4 de novembro de 2016 às 08h00.
Última atualização em 4 de novembro de 2016 às 19h32.
Smartphones estão tornando a leitura digital mais acessível para a população. É uma das conclusões de um relatório do instituto Pew sobre diferentes meios de informação. De acordo com o estudo, o número de pessoas que leem em smartphones e tablets está crescendo continuamente, superando aparelhos específicos para leitura, como o Kindle, da Amazon.
O relatório tem escala global, mas as informações são condizentes com o que se observa no Brasil. Os 168 milhões de smartphones em uso no país são a principal forma de acesso à internet para o usuário doméstico, atestam os dados da Fundação Getulio Vargas. Nesse papel de porta de entrada para a internet, os smartphones se tornaram ferramenta indispensável para diversas atividades – inclusive a leitura.
Reflexos dessa popularização já podem ser vistos no mercado de publicações digitais. O segmento de e-publishing, que engloba livros, revistas e jornais digitais, está aquecido. No Brasil, a expectativa é que o faturamento do segmento supere 435 milhões de reais, de acordo com previsões do instituto Statista. Espera-se ainda um crescimento de cerca de 10% ao ano, resultando em um mercado valorizado em mais de 700 milhões de reais na próxima década.
O crescimento chama a atenção de grandes empresas do mercado. O Grupo Abril, que edita EXAME, lançou em outubro o Go Read , plataforma de assinatura de revistas digitais que já conta com mais de 100 títulos disponíveis para leitura – todo o catálogo é disponibilizado ao usuário mediante pagamento de uma mensalidade única. As revistas podem ser acessadas por meio de um aplicativo.
A plataforma é a evolução de um produto já existente, o Iba Clube, que já apresentava crescimento considerável no número de assinantes – o faturamento da ferramenta aumentou 40% de 2014 para 2015.
A estratégia é semelhante a outras empresas inseridas na economia on demand, composta por serviços e produtos digitais capazes de suprir uma necessidade ou um desejo do consumidor por meio do acesso imediato e conveniente. O sucesso das plataformas de streaming de filmes e séries, com milhões de usuários espalhados pelo mundo, não deixa dúvidas do potencial desse formato de consumo de conteúdo online.