geral

Comerciantes de BH comemoram vendas na Copa

Porcentual de crescimento nas vendas pode ficar acima do previsto, diz Fecomercio MG


	Notas de real: O ambiente é inverso ao da Copa das Confederações segundo Fecomercio
 (Diego Giudice/Bloomberg News)

Notas de real: O ambiente é inverso ao da Copa das Confederações segundo Fecomercio (Diego Giudice/Bloomberg News)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2014 às 14h55.

São Paulo - Manifestações pacíficas e com baixa adesão, exceto pelo protesto no primeiro dia de realização da Copa do Mundo que acabou em confronto entre polícia e manifestantes, estão permitindo que os bares, restaurantes e supermercados de Minas Gerais consigam alcançar as vendas aquecidas esperadas para o período.

O ambiente deste ano é inverso ao do ano passado, na Copa das Confederações, quando muitos comerciantes tiveram prejuízos. A capital mineira é uma das cidades-sede do evento futebolístico e até hoje recebeu cinco jogos da Copa, com a presença de milhares de turistas. O próximo e último jogo da Copa que Belo Horizonte vai sediar será na terça-feira, 8.

"Até o momento, nós percebemos que os protestos, a não ser o do dia de abertura da Copa, estão sob controle. Isso gera otimismo e o porcentual de crescimento nas vendas pode ficar acima do previsto", declarou a analista de pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomercio MG), Luana Oliveira.

A Fecomércio MG havia feito, em abril, um levantamento sobre expectativas de vendas para a Copa. Na época, 30,4% dos empresários acreditavam que o fluxo de turistas iria aumentar as vendas entre 10% e 20%, mas 42,2% disseram que as manifestações poderiam ser um risco para a expansão de vendas.

Luana citou que segmentos como bares, restaurantes, supermercados, distribuidores de bebidas e lojas de eletrodomésticos podem ser os maiores beneficiados com o evento neste ano.

De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel MG), a previsão de movimentação financeira nos bares e restaurantes de Belo Horizonte durante a Copa do Mundo é de R$ 70 milhões. Em algumas regiões, como a Savassi, ponto de encontro dos torcedores brasileiros e estrangeiros, e em torno do Mineirão, foram registrados movimento e faturamento pelo menos 100% maiores durante o Mundial.

Entretanto, em outras regiões da cidade, mais longe do centro e dos principais pontos turísticos, não houve crescimento nem retração. Conforme a Abrasel, nessas áreas os tradicionais frequentadores apenas são substituídos igualmente pelos turistas.

Para o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, as vendas de junho vão apresentar um desempenho bem melhor que maio, principalmente em seções como carnes, bebidas, decorativos e salgados (amendoins e queijos, entre outros). Em maio, o faturamento dos supermercados mineiros subiu 1,51% ante o mesmo mês de 2013, mas recuou 1,27% ante abril, por conta da sazonalidade.

"As empresas que planejaram ações de vendas para a Copa nos pontos de venda estão com boa demanda. Essas seções estão apresentando, em média, um volume 20% maior nesse período de Copa em relação à mesma época do ano passado. Alguns itens chegam a 40%.

Isso ocorre mesmo com o fechamento mais cedo das lojas nos dias de jogos", informou o executivo. Rodrigues disse que esse período de maiores vendas vai contribuir para o cumprimento da projeção para o ano de um crescimento de 3,5%. De janeiro a maio, o faturamento dos estabelecimentos de Minas Gerais cresceu 2,56%.

Hotéis

A presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih MG), Patrícia Coutinho, disse que a média da taxa de ocupação dos hotéis no Estado em junho, mês de início dos jogos da Copa, ficou em 70%. "É uma média boa, mas abaixo do que esperávamos, de cerca de 80%, 90%", disse.

Segundo ela, a média é influenciada pelos dias em que não ocorrem jogos na capital. "Nos dias de jogos, a taxa de ocupação dos hotéis chega 95%. Mas nos dias sem jogos cai muito. Segunda-feira e ontem, por exemplo, estava em 40%", informou.

Já o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Bruno Falci, considera que somente alguns setores estão se dando bem com a realização do evento. "Materiais de construção, calçados, vestuário, papelaria, perfumaria e óticas estão reclamando bastante de vendas aquém do esperado", declarou.

Ele comentou que é mais difícil para um turista estrangeiro consumir esses tipos de produtos no Brasil. "Temos o custo Brasil, a burocracia tributária. Em Miami, por exemplo, a venda de roupas e acessórios para turistas é bem forte, já que lá os preços não são altos como os nossos", explicou.

Entretanto, para ele, um ponto positivo foi o arrefecimento das manifestações. "Somos a favor das manifestações pacíficas. E somos totalmente contra os protestos que terminam em depredações e impedem o ir e o vir das pessoas", disse. Outro ponto citado pelo executivo é o legado em termos de logística e mobilidade urbana. "Muito foi feito para melhorar esses itens aqui na capital mineira e estamos recebendo bem os turistas. Temos que olhar os benefícios da Copa para o médio e longo prazos", ressaltou.

Acompanhe tudo sobre:ComércioCopa do BrasilCopa do Mundoeconomia-brasileiraEsportesFutebol

Mais de geral

Prédio no Brás em São Paulo pega fogo e corre risco de desabar

Das menores às maiores: o desafio da diversidade nas empresas brasileiras – e na EXAME

EXAME Pass: aprofunde o conhecimento sobre o que impacta o seu desenvolvimento por apenas 29,90

Os 5 melhores filmes e séries para maratonar no fim de semana