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Worldcoin: projeto de dono do ChatGPT vira alvo de operação policial

Iniciativa atraiu atenção de reguladores ao redor do mundo, com preocupações sobre segurança de dados obtidos

João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 7 de agosto de 2023 às 11h17.

O Worldcoin , um projeto que mistura criptomoedas e uma "identidade global", se tornou alvo de uma operação policial no Quênia no último sábado, 5. A iniciativa é comandada por Alex Blania e Sam Altman, CEO da empresa dona do ChatGPT , e tem sido alvo de questionamentos de reguladores sobre a segurança em tornos dos dados obtidos de usuários.

A operação policial foi revelada pela imprensa local queniana. De acordo com o jornal Kahawatungu, uma equipe teria entrado na sede do Worldcoin em Nairóbi, capital do país, e confiscado documentos e Orbs, os equipamentos usados para realizar o registro de íris dos usuários .

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Immaculate Kassait, chefe do Comissariado de Dados do país, teria afirmado que a Tools for Humanity, empresa responsável pelo projeto, não compartilhou suas "verdadeiras intenções" sobre a iniciativa ao se registrar no Quênia. As autoridades do país já tinham suspendido as operações do Worldcoin na semana passada.

Em um comunicado conjunto, a Autoridade de Mercados de Capital do Quênia (CMA) e o Escritório da Comissária de Proteção de Dados (ODPC) apontaram que o Worldcoin despertou "uma série de preocupações regulatórias legítimas que requerem uma atenção urgente" das autoridades.

Entre elas está a "falta de clareza sobre a segurança e armazenamento de dados sensíveis coletados (o registro de íris para reconhecimento facial)", além do fato de que a "obtenção do consentimento do consumidor em troca de uma recompensa monetária beira à indução".

As autoridades também criticam a "incerteza sobre a proteção dos consumidores em torno da criptomoeda e outros serviços", "informações inadequadas sobre medidas e padrões de cibersegurança" e "uma quantidade imensa de dados nas mãos de agentes privados sem uma estruturação apropriada".

O comunicado reforça que "essas questões demandam uma investigação ampla para permitir que os reguladores aconselhem os responsáveis sobre as medidas apropriadas para proteger o interesse público". Ele destaca ainda que "as controvérsias em torno do Worldcoin não são novas". O Worldcoin ainda não se pronunciou sobre a operação.

Worldcoin e privacidade

Atualmente, o projeto já é investigado na França e no Reino Unido . As autoridades do Quênia determinaram uma suspensão das atividades de coleta de dados pelo projeto no país e destacou que o público deve "ter cuidado ao fornecer dados pessoais a agentes privados".

À EXAME , especialistas destacaram a importância de garantir que o projeto está de acordo com as leis de proteção de dados de cada país. O motivo é que dados biométricos são imutáveis, o que torna o vazamento dessas informações especialmente prejudiciais para os seus detentores.

O Worldcoin afirma que deleta os dados biométricos assim que eles são obtidos pela captura no Orb. Eles seriam substituídos por um World ID, um código criptográfico vinculado a cada usuário que servirá como uma "identidade global". Em troca do registro, o usuário recebe uma recompensa em WLD, a criptomoeda nativa do projeto.

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