Metaverso representa universos virtuais e contempla criptomoedas e NFTs (Getty Images/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 22 de setembro de 2022 às 16h07.
Última atualização em 22 de setembro de 2022 às 16h42.
O interesse pelo metaverso explodiu em 2021, impulsionado por decisões e iniciativas de grandes empresas como Facebook — que mudou seu nome para Meta —, Disney, Nike, Citibank e várias outras. Mas, depois de alguns meses de "hype", a procura parece ter esfriado, e a queda no volume de negociação de terrenos virtuais é prova disso.
Em novembro de 2021, na mesma época em que o bitcoin atingiu o preço mais alto da sua história e o mercado cripto como um todo operava em forte movimento de alta, o interesse dos investidores por terrenos virtuais de metaversos em blockchain atingiu o seu ápice, com movimentação média de mais de US$ 8 milhões entre as 18 principais plataformas do gênero.
Menos de um ano depois, o cenário parece ter mudado de forma drástica. Segundo levantamento da plataforma de análise de blockchain Delphi Digital, atualmente o volume médio de negociação de NFTs que representam terrenos virtuais nos mesmos 18 metaversos não passa de US$ 200 mil — queda de 98% desde o pico do ano passado.
Os terrenos virtuais são parte essencial dos metaversos, por supostamente permitirem a monetização da atividade nesses ambientes. É nos terrenos que os usuários podem criar espaços virtuais capazes de gerar receitas, como shows, jogos, cassinos, entre outras coisas. Por isso, é um termômetro importante sobre a atividade e o interesse nesse tipo de plataforma — apesar disso, não obrigatorio ter um terreno virtual para participar dos metaversos em blockchain.
Quando o interesse pelos metaversos começou a crescer, no início de 2021, muitos usuários enxergaram nos NFTs de terrenos virtuais uma possibilidade de investimento rentável, já que a adoção desse tipo de plataforma poderia impulsionar o preço desses tokens — isto porque o número de terrenos é muito menor do que a capacidade de usuários desses ambientes.
Interest in the ‘Metaverse’ was kickstarted by a set of bullish announcements in Q4 of last year from companies including @Meta, @Grayscale and @Citibank.
After it's peak in 2021, trading volume for virtual land has dropped as much as 98%. pic.twitter.com/9vTJvvgkAO
— Delphi Digital (@Delphi_Digital) September 21, 2022
Para muitos desses investidores, isso de fato aconteceu, com vendas lucrativas sobre terrenos comprados por valores baixos antes do tema "metaverso" se popularizar. No entanto, a forte queda do mercado cripto ao longo de 2022, acompanhado pela baixa adoção dos metaversos até o momento, que acontece em ritmo muito mais lento do que o esperado quando essas plataformas começaram a crescer no ano passado, vez a situação mudar completamente.
A queda na negociação de terrenos virtuais, entretanto, não significa que as plataformas estejam paradas ou abandonadas, mas apenas que o investimento em ativos desses ambientes desacelerou fortemente após a alta do ano passado.
Metaversos famosos, como The Sandbox e Decentraland — os dois principais do gênero no mundo — seguem com apoio de grandes empresas como Adidas, Atari, Binance, Santander e muitas outras, assim como de famosos e celebridades que já demonstraram enorme interesse pelo assunto. Além disso, o metaverso Otherside, da Yuga Labs, empresa por tras dos NFTs Bored Ape Yacht Club, também segue com grande interesse pelos entusiastas do universo cripto e blockchain.
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