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Tether aposta US$ 500 milhões em mineração de bitcoin e pretende usar energia de Itaipu

Empresa por trás de uma das maiores criptomoedas do mundo quer se tornar referência também na mineração de bitcoin com energia renovável

 (Reprodução/Reprodução)

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Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 17 de novembro de 2023 às 15h05.

A Tether, empresa por trás da stablecoin USDT, uma das maiores criptomoedas do mundo, anunciou sua entrada no setor de mineração de bitcoin. Com um investimento de US$ 500 milhões, a empresa pretende se tornar uma das 20 maiores deste mercado utilizando fontes de energia renovável.

De acordo com informações reveladas à Bloomberg, a Tether gastará US$ 500 milhões nos próximos seis meses para a construção de instalações de mineração, além de investimentos em outras mineradoras, no Paraguai, Uruguai e El Salvador.

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Parte deste valor será alocado para as operações de mineração de bitcoin utilizando a energia da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

“Conforme o mundo faz uma transição para uma economia mais sustentável, cripto pode desempenhar um papel importante nessa transformação. A Tether está assumindo uma posição única para influenciar a direção da indústria de mineração de bitcoin. Ao adotar a energia renovável, nós podemos demonstrar que [a mineração de bitcoin] pode ser uma força do bem, não apenas para o meio ambiente mas também para impactos sociais e econômicos positivos”, disse Paolo Ardoino, CTO da Tether, à EXAME. Ardoino assumirá como CEO da empresa em dezembro.

Tether entre as maiores do mundo

A intenção da Tether é assumir 1% de participação no poder computacional do blockchain do Bitcoin. Isso colocaria a empresa como uma das 20 maiores do mundo no setor de mineração.

Rocelo Lopes, CEO da SmartPay, comentou à EXAME que o momento que a Tether escolheu para entrar no setor de mineração é muito favorável.

“O momento de grandes empresas entrarem no mercado de mineração agora é muito bom, pelo fato de que novas mineradoras estão sendo desenvolvidas com uma eficiência energética muito melhor, o que colocaria ela [a Tether] em um ponto de competição muito à frente das outras grandes plantas de mineração que carregam mineradoras com chips que não são tão eficientes quando comparados aos novos”, disse.

“Entrar neste momento com uma máquina extremamente eficiente para que no ano que vem quando ocorrer o halving ela já estar muito bem posicionada é uma excelente maneira de olhar para o mercado de mineração. Acredito que a estratégia da Tether de entrar agora na mineração em países onde a energia elétrica tem abundância e fácil negociação é um ponto chave para ser líder de mercado também na área de mineração”, acrescentou.

A Tether já se destaca no mercado cripto com a USDT, maior stablecoin do mundo. A criptomoeda que acompanha o valor do dólar possui valor de mercado de US$ 87,5 bilhões atualmente e fica atrás apenas de bitcoin e ether.

No entanto, Paolo Ardoino assumiu que a gigante do mercado cripto ainda tem muito a se desenvolver quando o assunto é a mineração de bitcoin.

“A mineração para nós é algo que temos que aprender e crescer ao longo do tempo. Não temos pressa em nos tornar a maior mineradora do mundo”, disse.

Energia renovável de Itaipu

O uso da energia elétrica de Itaipu ajudará a empresa em seus compromissos com a sustentabilidade. A mineração de bitcoin, que depende do uso de computadores superpotentes, consome bastante energia elétrica, se tornando inclusive alvo de ambientalistas como o Greenpeace.

A empresa também revelou estar trabalhando em um software de mineração chamado Moria. Ele irá fornecer análises de dados sobre a produção de energia em locais de mineração de bitcoin, principalmente de energia renovável, como a energia gerada por Itaipu.

“Se a energia utilizada pela fazenda de mineração for eólica ou solar, existem parâmetros de otimização, como a velocidade prevista do vento para um dia específico ou uma hora específica do dia, que podem ser usados para acelerar alguns dos mineradores e aumentar a produção", disse Ardoino.

Além da Tether, outras empresas de mineração de bitcoin se demonstraram interessadas no uso da energia de Itaipu no Paraguai. Recentemente, as empresas Bitfarms e Sazmining anunciaram que irão utilizar a energia renovável produzida pela usina binacional.

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