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IA, personalização, ransomware: as tendências para crimes cibernéticos em 2024

Novas tecnologias tornaram golpes na internet mais personalizados e precisos, exigindo mais atenção de possíveis vítimas

Inteligência artificial já é usada para tornar golpes mais convincentes (Issaro Prakalung / EyeEm/Getty Images)

Inteligência artificial já é usada para tornar golpes mais convincentes (Issaro Prakalung / EyeEm/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 25 de janeiro de 2024 às 14h00.

A Fortinet divulgou nesta semana o seu relatório de tendências para crimes digitais em 2024. Para a empresa, o novo ano deve manter uma tendência observada recentemente de uso de novas tecnologias para aprimorar golpes já existentes, dificultando a prevenção por parte das vítimas.

Uma das tecnologias que deve ganhar espaço entre os cibercriminosos é a inteligência artificial, mais especificamente a do tipo generativa. Segundo os analistas da empresa, "a transformação da IA em arma está colocando combustível a um cenário de ameaças já fervente, permitindo que os invasores aprimorem cada estágio de um ataque de maneira mais eficiente e veloz do que anteriormente".

"Conforme previsto, observamos os cibercriminosos incorporando cada vez mais a IA para apoiar uma diversidade de atividades maliciosas, desde sabotar algoritmos que detectam engenharia social até imitar comportamentos humanos por meio de atividades como falsificação de áudio por IA e criação de deepfakes", destacam.

Entre as tendências de uso para 2024, a Fortinet aponta o uso de inteligência artificial para coletar, agrupar e reunir informações pessoais de possíveis vítimas, ajudando a melhorar a qualidade dos golpes e a planejar as ações. Outra tendência é o uso de IA para tornar golpes mais rápidos e eficientes.

Há, ainda, o uso da tecnologia para potencializar ataques de disseminação de senhas. "A força bruta, o preenchimento e a propagação de senhas são métodos populares para os invasores identificarem, roubarem e venderem credenciais. O uso da IA para identificar padrões e temas em senhas aumentará essa possibilidade e reduzirá o tempo necessário para que os invasores obtenham sucesso", comentam.

Outra tendência para 2024 é a continuidade do chamado golpe de ransomware, uma espécie de sequestro de dados. "Se houvesse uma competição de popularidade entre tipos de ciberataques, o ransomware certamente ganharia a nota máxima. Nos últimos anos, a quantidade de ataques de ransomware em escala global disparou, transformando cada organização, independentemente de seu tamanho ou setor, em um alvo potencial", lembra o relatório.

Segundo a Fortinet, "os s atacantes persistem em elevar as dificuldades, adotando técnicas mais sofisticadas e complexas para se infiltrar nas redes". "Contudo, à medida que um número crescente de cibercriminosos lança ataques de ransomware na esperança de obter um pagamento lucrativo, grupos de cibercrime estão rapidamente se afastando de alvos menores e mais fáceis de hackear".

A tendência, portanto, é que os criminosos concentram esforços em grandes empresas e organizações, onde há potencial de obter mais dinheiro após o "sequestro" dos dados. Isso exigirá, também, o uso de técnicas mais avançadas que as empregadas atualmente.

Em geral, a Fortinet espera que os invasores aproveitem "oportunidades mais personalizadas e direcionadas a eventos, como as eleições nos Estados Unidos e os Jogos de Paris, ambos marcados para o mesmo ano".

"Embora os adversários tenham trabalhado para interromper grandes eventos no passado ou tirar proveito de acontecimentos geopolíticos, os cibercriminosos agora dispõem de novas ferramentas, em especial a IA Generativa, para auxiliar em seus esforços", lembram.

No caso das criptomoedas, a Fortinet avalia que os chamados "misturadores de criptomoedas" - usados para dificultar o rastreamento de criptoativos obtidos em crimes ou usados para lavagem de dinheiro - "parece estar em declínio". Por isso, a empresa espera que os criminosos retornem para "esquemas tradicionais de lavagem de dinheiro", reduzindo o uso dos ativos digitais para crimes.

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