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Especialista em criptoativos
Publicado em 7 de dezembro de 2024 às 11h00.
Portas abertas para a temporada de altcoins! O bitcoin ultrapassou a marca psicológica dos US$ 100 mil e deu uma injeção máxima de confiança nos investidores.
Nesta nova fase, todos saem em busca de multiplicar os seus retornos com criptomoedas alternativas ao bitcoin. Muitas altcoins — como são conhecidos esses ativos — começaram a apresentar desempenhos explosivos, trazendo euforia para a criptoesfera.
O gráfico do Altseason Index a seguir reflete o nível de entusiasmo, se aproximando de patamares vistos no ciclo de alta de 2021, com 86% (indicado em cinza escuro no eixo direito) das criptomoedas do top 50 performando melhor que o bitcoin (na data em que escrevo). Fonte: Blockchaincenter.
É hora de muitas narrativas tomarem o centro do palco cripto. Podemos entender narrativas como histórias, ideias ou conceitos que são amplamente compartilhados e ajudam a formar a percepção do mercado sobre certos ativos, projetos ou tecnologias.
Essas histórias influenciam a maneira como os investidores e a comunidade veem o potencial de um projeto e servem para guiar decisões de compra e venda, apontando tendências de mercado.
Uma característica interessante é que elas apelam tanto à lógica quanto à emoção, misturando questões técnicas com expectativas de transformação, como promessas de disrupção e liberdade financeira, por exemplo.
Quando as narrativas são bem-sucedidas, podem aumentar a demanda por um determinado ativo ou setor cripto, impulsionando valorizações, independentemente de ter um uso prático imediato.
Exemplos de narrativas? O conceito de bitcoin como “ouro digital”, os setores cripto de inteligência artificial e ativos do mundo real — também conhecidos como Real World Assets — e até mesmo as memecoins.
Mas todo cuidado é pouco, porque, assim como acontece com o mercado, as narrativas também ocorrem em ciclos. É importante estar atento a esses movimentos para tomar decisões mais estratégicas e informadas. Esse ciclo inclui quatro fases principais:
Surgimento: Uma nova ideia, tecnologia ou tendência começa a ganhar atenção. Pode ser algo inovador ou uma evolução/atualização do que já existe. O anúncio de novas parcerias e investidores também cabe aqui. O entusiasmo inicial tende a contagiar o mercado, mas o impacto real ainda é incerto, por isso jamais entre pesado e estude muito antes.
Ascensão: Quando supera a fase inicial, a narrativa ganha força à medida que mais pessoas acreditam no seu potencial. Esse momento vem acompanhado por notícias, análises e o aumento dos investimentos, gerando um efeito "manada" no mercado. Pode ser uma boa fase para entrar, mas sempre com cautela.
Pico: Aqui, a narrativa atinge o ápice de popularidade. Os preços das altcoins associadas a essas histórias podem saltar, mas o risco de sobrevalorização também é maior, já que muito do entusiasmo é movido por especulação. Resista à tentação de comprar no ápice e defina estratégias de saída claras para proteger seu capital.
Queda: Quando as expectativas não se concretizam ou o mercado redireciona a atenção para uma nova ideia, o interesse diminui. Os preços das criptomoedas relacionadas podem cair e a narrativa perde força.
Lembrando que também existem as narrativas negativas, que contribuem para gerar desconfiança e desvalorização. Críticas públicas, desentendimentos internos, falta de transparência ou falhas técnicas podem comprometer a reputação de um setor ou projeto e enfraquecê-lo. O resultado é o afastamento dos investidores.
Por que é importante identificar esses ciclos? Porque ajuda o investidor a driblar armadilhas emocionais, como comprar no pico ou vender no fundo, motivado pelo que chamamos de FOMO (medo de ficar de fora) ou pelo pânico.
Além disso, permite que você obtenha informação para avaliar se uma narrativa é de fato sustentável antes de depositar a sua confiança e o seu capital.
Fique atento: enredos bem fundamentados tendem a gerar projetos resilientes, enquanto aqueles baseados só em hype frequentemente desaparecem.
Saber em qual fase está uma narrativa ajuda a planejar entradas e saídas no mercado com mais clareza e menos risco.
A força de uma narrativa está profundamente ligada a um fator-chave: a comunidade. As que têm sucesso tendem a gerar engajamento e unir grupos em torno de um propósito comum.
Essas comunidades desempenham um papel fundamental em impulsionar a adoção, discutir casos de uso e amplificar o impacto do discurso. Alimentam a ascensão das narrativas quando compartilham informações e defendem o projeto em diversos canais, como fóruns e redes sociais.
Além disso, ajudam a adaptar a narrativa sempre que preciso, tanto nos momentos mais difíceis para os projetos quanto para divulgar novas oportunidades.
Identificar uma narrativa que tem uma comunidade ativa e comprometida pode ser um indicativo de maior potencial de longevidade. Mas não se esqueça de que existem inúmeros outros fatores — como técnicos e fundamentais — a considerar em conjunto para dar mais solidez à sua análise.
Plataformas como X, Discord e Telegram são bons termômetros para entender o clima da comunidade. Elas dão um panorama sobre as opiniões e interações em torno dos projetos.
Analise o tamanho da base de seguidores, a evolução do engajamento ao longo do tempo e o nível de interação nas redes sociais dos projetos. Esses números ajudam a medir o alcance e a popularidade.
Mais do que quantidade, fique atento à profundidade das conversas. Uma comunidade ativa, que entende do assunto e mantém conversas construtivas é um sinal de que o projeto tem uma base de apoio robusta.
Você pode usar ferramentas para entender o tom geral das conversas sobre o projeto, avaliando como o mercado percebe o ativo ou a tecnologia. Existem algumas mais específicas, que geralmente são pagas, mas também encontramos ferramentas mais amplas que podem ajudar — e ainda têm recursos gratuitos, como TradingView, CoinGecko, Messari, Dune Analytics e Santiment (Sanbase), por exemplo. YouTube e Google Trends também são boas opções.
O respaldo de líderes de opinião ao projeto pode trazer credibilidade e atrair novos interessados. Além disso, é fundamental investigar o histórico e a reputação de parceiros, fundadores, times e conselheiros, porque, no fim do dia, isso reflete o potencial de crescimento e colaboração do projeto.
Com que frequência o projeto compartilha atualizações nas redes sociais ou em outros canais? Publicações consistentes, regulares e com conteúdo de qualidade mostram o grau de comprometimento em manter a comunidade informada e engajada.
Quando os problemas surgirem, observe como a comunidade e os gestores do projeto reagem a eles. Respostas rápidas, clareza na comunicação e um diálogo construtivo são movimentos típicos de projetos confiáveis e resilientes.
Quedas significativas no engajamento ou aumento de comentários negativos podem indicar problemas. Analise com atenção como a equipe responde a elas. Uma postura profissional e transparente é a única maneira de reconstruir a confiança.
Bom, agora que você está munido dessas informações, é hora de colocá-las em prática. Faça suas pesquisas, avalie as narrativas com cuidado e aproveite o ciclo de alta para maximizar seus resultados — sempre com responsabilidade e estratégia!
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