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Startup leva royalties para o blockchain e democratiza indústria da música

A brasileira TuneTraders inova na tokenização de royalties, buscando empoderar artistas e plugar as principais distribuidoras e associações do mundo da música no blockchain

Artistas poderão receber dividendos sobre suas músicas (Yuichiro Chino/Getty Images)
MM

Mariana Maria Silva

Publicado em 1 de abril de 2022 às 11h41.

Com o aumento na adoção à tecnologia blockchain, a indústria da música e artistas em todo o mundo podem se beneficiar de um maior controle de suas criações e os lucros que elas podem gerar. O modelo ainda é uma novidade no setor, e funciona da seguinte forma: os artistas cedem parte dos recebíveis em royalties de uma obra para que investidores lucrem sempre que a música for executada em streamings ou apresentações. A partir da negociação, o artista recebe uma quantia pela cessão.

No Brasil, uma empresa já atua com os investimentos em fundos musicais e busca aprimorar o formato, com o lançamento de um novo modelo de validação e distribuição de royalties. A intenção é plugar as principais distribuidoras e associações do mundo da música no blockchain.

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“Na nossa opinião, não adianta nada você ser dono de uma música, de uma obra de arte, sem você poder gozar dos dividendos dela. Essa é a nossa premissa e é o que defendemos”, destaca Gayotto, que também é compositor, roteirista e cineasta.

-(Mynt/Divulgação)

Maurício Magaldi, especialista em tecnologia blockchain e mentor da TuneTraders, explicou que o que a plataforma está fazendo no momento é digitalizar o sistema de rastreamento de royalties, através de associações que recebem do ECAD, ou de distribuidoras que recebem direto do Spotify e outros serviços de streaming, inserindo esses dados no blockchain.

O processo é chamado de tokenização de royalties. “Dessa forma, a gente tem uma rastreabilidade desses royalties no blockchain e colocamos isso nos contratos digitais”, contou Magaldi, que é líder global de criptoativos na consultoria inglesa 11:FS.

“Com esta inovação, cada fã se torna um ‘embaixador’ da música e, com isso, o artista conquista novas oportunidades. A gente se aproximou do artista, o artista se aproximou do público e o público se aproximou dele, se tornando coprodutor fonográfico”, afirmou Carlos Gayotto.

A partir das compras de cotas estabelecidas de uma obra, o artista recebe o dinheiro para gravar, produzir e promover seu projeto. Após o lançamento, o coprodutor divide os royalties junto com o artista a cada vez que a música é ouvida. Quanto mais a faixa for executada nas plataformas digitais de música, mais o artista - e o fã coprodutor - aumentam suas receitas, de acordo com a quantidade de cotas adquiridas.

Entre os sucessos da plataforma estão as faixas "Travo" de Paulo Novaes e AnaVitória, reproduzida 500 mil vezes em 1 mês, "Leveza", de Joice Terra e a Batalha de Versos, em parceria com a Fluve, que premiou os rappers Nunez, Pazqim, Victor Fit e Andreia Dacal, e, em 2021, “O Tempo Não Espera”, de Zeca Baleiro.

"Eu consegui o dinheiro para o clipe e os fãs puderam comprar uma parte dos royalties, todo mês eles recebem uma porcentagem em cima do número de reprodução no streaming", declarou o cantor Paulo Novaes.

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