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Startup lança cartão no Brasil que permite pagamentos com grãos tokenizados

Cartão da Agrotoken é pré-financiado pela própria produção dos agricultores e será utilizado inicialmente para financiamentos

Startup argentina desenvolveu método para tokenizar produção de agricultores e usar em financiamentos (Victor Moriyama/Bloomberg //Getty Images)

Startup argentina desenvolveu método para tokenizar produção de agricultores e usar em financiamentos (Victor Moriyama/Bloomberg //Getty Images)

Cointelegraph Brasil

Cointelegraph Brasil

Publicado em 21 de dezembro de 2022 às 10h49.

Última atualização em 21 de dezembro de 2022 às 11h24.

Embora seja inferior à taxa Selic, o crédito rural possui taxas que chegam a 12,5% ao ano no Brasil, mesmo com produtores rurais de pequeno porte que conseguem financiamentos de 6% ao ano. Por outro lado, além dos juros, os produtores ainda esbarram na burocracia, um caminho que pode ser longo entre o pedido de financiamento e o dinheiro na conta.

Neste cenário, a startup argentina Agrotoken lançou no Brasil um cartão pré-financiado por tokens representativos dos próprios grãos produzidos pelos agricultores.

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O diretor da Agrotoken, Anderson Nacaxe, explica que, inicialmente, os tokens das commodities, cunhados pelos próprios produtores na plataforma da startup, serão utilizados como pré-financiamento aos agricultores e que, futuramente, deverão chegar ao mercado secundário, nas plataformas das corretoras de criptoativos.

“Ele [o produtor] consegue criar uma representação digital dessa soja no ambiente da Agrotoken. Uma vez que ele tem a representação, ele tem o token em mãos, ele vai poder transacionar esses tokens, então ele pode querer comprar um trator com o token e, ao comprar esse trator, ele está transferindo tokens pro vendedor de trator e recebendo o trator como pagamento", comenta.

"Agora, aquela quantidade de soja, de milho ou de trigo foi transferida do produtor para o novo beneficiário, que vai ser esse detentor do token”, destaca o diretor da startup acrescentando que, nessa primeira fase, os tokens terão um ecossistema fechado.

O executivo explicou que o cartão de tokens já está em testes, dentro de um circuito fechado, e que já ocorreram transações tanto no Brasil quanto na Argentina, onde o projeto também se encontra em andamento.

“O produtor está conseguindo fazer transações comuns comprando com milho ou soja digital. Imagina que um produtor rural, quando ele faz a tokenização, ele criou em sua carteira digital aquele volume de soja ou milho. Uma vez que ele está com esse volume em sua carteira digital, ele pode fazer as transações diretas, de maior volume, como trator, sementes e fertilizantes. Ele poder fazer essa conexão com o sistema financeiro centralizado, para pegar empréstimos, descentralizados, que seriam as exchanges, mas ele também consegue abastecer esse cartão de crédito”, completou.

Ao salientar que a startup pretende avançar para o mercado secundário, em conformidade com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ele também avaliou a possibilidade dos tokens das commodities serem usados no futuro na liquidação de despesas do cotidiano, como o abastecimento de um carro, e como proteção contra a inflação.

“Vou mais longe, a gente já está testando nosso token de pecuária e também o nosso token de etanol, então seria possível sim alguém ter um token de etanol, esse token está dentro de um cartão e ele conseguir comprar etanol com tokens de etanol ou comprar carne com tokens de carne, esse é nosso objetivo principal. A gente nasce trazendo esses benefícios para o produtor rural, mas logo ele migra para os outros agentes da cadeia", projeta.

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