Repórter do Future of Money
Publicado em 8 de outubro de 2024 às 09h30.
A Standard & Poor's, uma das principais agências do mercado financeiro, divulgou um relatório recentemente em que afirma que a união entre criptomoedas e inteligência artificial é "uma questão de quando, não se". Para os analistas responsáveis pelo estudo, as duas tecnologias são altamente complementares e apresentam sinergias relevantes.
No relatório, a S&P comenta que a inteligência artificial "fornece uma nova capacidade para empresas e consumidores criarem, armazenarem e compartilharem dados, o que traz oportunidades de desenvolvimento tecnológico, mas também riscos em torno da rastreabilidade da informação, gestão de identidade, ameaças cibernéticas e consumo de energia dos centros de dados".
Já cripto, "oferece ferramentas que podem mitigar esses riscos, oferecendo meios para identificar, rastrear e proteger dados. E, ao fazê-lo, também poderá abrir caminhos para novas formas de operar redes descentralizadas".
Nesse sentido, a união entre esses dois mundos deve "moldar o futuro da internet". "Os benefícios potenciais incluem maior eficiência, maior segurança e menor dependência de grandes empresas tecnológicas através de redes descentralizadas, ao passo que uma expansão sem essas redes exacerbaria os riscos de centralização existentes", comenta o relatório.
Será preciso, porém, que os projetos de intersecção entre esses dois mundos "se adequem ao mundo real", um movimento que já teve início. Uma abordagem com potencial, segundo a S&P, é o uso de redes descentralizadas para reduzir o consumo de energia de projetos de IA e, ao mesmo tempo, aumentar seu poder computacional, facilitando a expansão dessas ferramentas.
Nos próximos cinco a dez anos, a S&P projeta que esse cenário deverá se dividir em três etapas:
A agência diz que "se a utilização da IA continuar a acelerar, também estaremos atentos à intensificação dos riscos de centralização em torno das grandes empresas tecnológicas e à mitigação desse risco através da tecnologia criptográfica, de novas regulamentações e de iniciativas legais".
Andrew O’Neill, diretor-geral de Ativos Digitais da S&P Global Ratings, afirma que “as sinergias entre as tecnologias devem apoiar o seu crescimento, mitigar os riscos de centralização e dar origem a aplicações impactantes que vão desde a gestão da cadeia de abastecimento até cidades inteligentes. A taxa a que essas aplicações surgirão e o ritmo da sua adoção permanecem incertos. No entanto, acreditamos que a questão não é se a adoção acontecerá, mas quando ocorrerá".