Especialista em criptoativos
Publicado em 24 de novembro de 2024 às 10h00.
O mercado cripto vive uma semana histórica: o bitcoin atinge uma nova máxima, se aproximando cada vez mais do simbólico patamar de US$ 100 mil. Um nível psicológico que reforça o otimismo e eleva as expectativas entre investidores e analistas.
Os últimos avanços do mercado têm sido atribuídos ao chamado "efeito Trump", que introduz novos catalisadores para mais uma fase de valorizações, entre eles:
Esses desdobramentos terão um impacto definitivo neste ciclo de alta e significam mais combustível tanto para novos patamares do bitcoin quanto para uma temporada de valorização das altcoins.
A recomendação é ficar de olho nos indicadores para tomar as melhores decisões e aproveitar todo o potencial lucrativo do momento.
É essencial agora falarmos de análise on-chain, que nos ajuda a entender as informações que a blockchain (daí o nome “on-chain”) nos fornece.
A blockchain é como um grande registro de dados públicos e dá transparência a todas as transações realizadas na cadeia, sendo acessível a qualquer pessoa.
Você pode ver on-chain, por exemplo, o volume de transações e os saldos das baleias (grandes investidores), métricas que nos ajudam a identificar momentos de acumulação ou distribuição, sinais importantes para entender o que o mercado está precificando a longo prazo.
No entanto, é preciso refinar esses dados para conseguirmos capturar as informações valiosas que nos trazem.
Para vocês terem uma ideia, existem mais de mil indicadores on-chain. Em meio a tanta informação, é fácil se perder, por isso eu costumo usar entre 15 e 20 indicadores para fazer as minhas análises semanais.
A análise on-chain ajuda a identificar padrões históricos e comportamentos recorrentes do mercado para antecipar tendências desde o curto até o longo prazo.
É importante aprender a trabalhar com essas métricas e aliá-las a outras para uma compreensão mais ampla, como as técnicas, de sentimento e fundamentalistas.
Vou apresentar a vocês nesta coluna uma métrica on-chain que é presença certa nas minhas análises.
Mas, antes, trago um outro indicador, só que mais técnico, importante de observarmos neste momento do ciclo.
A seguir, está a tabela de retornos mensais do bitcoin (Fonte: Coinglass). São dados que nos fornecem uma boa base para compreender o desempenho passado da moeda e projetar possíveis cenários futuros considerando as tendências observadas.
Olhemos, por exemplo, para a coluna de setembro. Notamos no decorrer dos anos que é tradicionalmente um mês de queda, mas 2024 nos surpreendeu com uma alta histórica no mês, a maior ao considerarmos o início do registro dos dados, em 2013. Um resultado fortemente influenciado pelo corte de juros nos Estados Unidos.
Agora, observem outubro. É um período conhecido no mercado cripto como “Uptober (“up” de alta e “october” de outubro em inglês), justamente por ser marcado majoritariamente por altas — a mediana e a média superam 21%. As exceções foram em 2014 e 2018.
Novembro, por sua vez, também costuma gerar bons retornos e, com os novos recordes de preço do bitcoin, acredito que teremos dezembro, janeiro e fevereiro de 2025 de performances positivas.
Por que a tabela é importante? Principais motivos:
O MVRV Z-Score é presença constante nas minhas análises.
O MVRV avalia a relação entre o valor de mercado do bitcoin (Market Value - MV) e o valor realizado (Realized Value - RV), funcionando como uma medida da força relativa da moeda. O indicador é calculado dividindo o valor de mercado pelo valor realizado, que reflete o preço médio pago pelos detentores da moeda.
O Z-Score é uma medida estatística que compara o valor do MVRV com sua média histórica, levando em consideração os desvios padrão. Ele aponta o quanto o valor atual do MVRV se desvia da média histórica, ajudando a entender se o preço está mais alto (sobrevalorizado) ou mais baixo (subvalorizado) do que o esperado historicamente.
Ao analisar o indicador, podemos notar que ele vem nos fornecendo, ao longo do tempo, excelentes pontos de venda (topos) e de compra (fundos).
Por exemplo, em dezembro de 2018, como mostra o gráfico acima do Coinglass, tivemos um dos fundos mais baixos da história, com o bitcoin a US$ 3.260,34 e o MVRV Z-Score marcando -0,46, indicando uma ótima oportunidade de compra.
Já no ciclo de alta 2020/2021, o indicador chegou a atingir 7 pontos antes de o mercado começar a corrigir (figura abaixo).
Atualmente, o indicador está marcando por volta de 3, menos da metade do caminho que chegou em 2021, sugerindo que estamos ainda longe de uma zona de esgotamento. Temos espaço para crescer.
Bom, a partir de agora, quando você for tomar decisões, tenha à mão essas duas ferramentas. Elas são complementares e vão te dar mais segurança ao investir. Combine-as com outras métricas e abordagens para obter um cenário mais amplo.
Sempre tenha em mente que o sucesso no mercado cripto vem da capacidade de decidir com base em dados e não na emoção. Teste, valide suas estratégias e não pare de aprender. O mercado muda o tempo todo e, se você não acompanhar, vai deixar escapar muitas oportunidades.
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