Bitcoin: criptomoeda caiu quase 19% na última terça-feira. (SOPA Images/Getty Images)
Os investidores se assustaram com a queda do bitcoin na última terça-feira, 7, na qual a criptomoeda caiu quase 19% e chegou a ser negociada abaixo dos US$45.000. Aparentemente, a queda está diretamente relacionada a realização de posições compradas (dado o movimento recente de forte alta) e aproveitamento da liquidez desencadeada pelos holofotes da adoção do bitcoin como moeda de curso legal em El Salvador.
Do ponto de vista técnico, pelo gráfico diário, a criptomoeda deve manter a sua tendência de alta. O preço trabalha acima da média móvel de 200 períodos (que atua como suporte e orienta a tendência de longo prazo) e o movimento atual pode ser encarado como uma correção natural da tendência. É importante ressaltar que, para a validação desse cenário, o preço não pode ter fechamentos abaixo da média móvel de 200 períodos (média de cor rosa), o que pode trazer mais pressão vendedora e acionamento de stops de posições compradas.
As retrações de Fibonacci podem ser usadas para observar quais as possíveis regiões de correção do movimento, nas quais o preço deve enfrentar dificuldades de rompimento, nesse sentido, a pernada de baixa entre 14/04 (US$64.900) e 22/06 (US$28.800) é um movimento de referência importante (seta laranja). Dito isso, a faixa dos US$51.110,00 representa a correção de 61,8% do movimento citado, que era uma resistência em que se esperava uma maior dificuldade de rompimento, conforme destacado no gráfico.
A pressão compradora se mantém na criptomoeda, mas é importante lembrar que as oscilações de preço do bitcoin tendem a ser maiores do que nos investimentos tradicionais. Uma premissa importante da análise técnica é que a tendência de alta é formada por topos e fundos ascendentes, sendo assim, enquanto o último fundo (US$42.000) não for rompido, a tendência se mantém.
*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual Digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.