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Queda da inflação nos EUA reanima mercado cripto e bitcoin volta a quase US$ 18.000

Após atingir seu menor preço em dois anos na quarta-feira, criptomoeda sobe após dados do Fed nos EUA; Ethereum e outras criptos também sobem

Mercado cripto voltou a registrar alta de preços após divulgação de dados sobre a inflação nos EUA nesta quinta-feira (Yuichiro Chino/Getty Images)
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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 10 de novembro de 2022 às 12h48.

Depois de alguns dias de caos no mercado cripto, desencadeado com o colapso de duas das maiores empresas do setor no mundo - a corretora FTX e a Alameda Research - a quinta-feira registrou a volta de algum grau de otimismo dos investidores após a divulgação de dados sobre a economia dos Estados Unidos e alta no preço dos principais ativos digitais.

Depois de registrar o menor preço do ano em três dias consecutivos, inclusive na noite da última quarta, 9, quando chegou a US$ 15.663, o preço do bitcoin voltou a subir após o governo dos EUA divulgar que a inflação acumulada em 12 meses, até o final de outubro, caiu para 7,7%, enquanto a expectativa era de que o valor ficasse na casa de 8%.

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"O aumento do apetite ao risco dessa quinta feira se deu após o último dado de inflação ao consumidor (CPI), que avançou 0,4% m/m, mas foi abaixo dos 0,6% esperado, na comparação anual tivemos uma alta de 7,7%, contra o consenso de mercado de 7,9%", explicou Lucas Costa, analista do banco BTG Pactual.

-(Mynt)

Com a queda da inflação, começa a ganhar força a ideia de que o governo dos EUA poderá pensar em reduzir a taxa de juros, aumentada seguidas vezes ao longo do ano o que, por sua vez, torna mercados de risco, como de ações e de criptomoedas, menos atrativos aos investidores.

"Acompanhar os dados de inflação dos EUA é importante para o mercado cripto, uma vez que números mais altos pressionam o Fed a manter as taxas de juros elevadas por mais tempo. O cenário de juros mais altos tende a prejudicar os ativos que são percebidos pelo mercado como mais arriscados, já que os grandes investidores institucionais enxergam os criptoativos como uma porção de volatilidade maior do portfólio e tem maior propensão a realizar suas posições nos movimentos de aversão ao risco", completou o especialista.

A resposta no mercado cripto foi imediata. O preço do bitcoin, por exemplo, já se aproxima da casa dos US$ 18.000 outra vez, valor em que estava antes do anúncio da desistência da compra da FTX pela Binance, que jogou o ativo para o seu menor valor em dois anos.

O ether, token nativo da rede Ethereum, também demonstrou sinais de força após a forte queda dos últimos dias. Retomou a faixa dos US$ 1.300, cotado a US$ 1.336, e acumula alta de 8,5% nas últimas 24 horas.

Outros dos mais importantes ativos digitais também operam em alta nas últimas horas, como o token MATIC, do protocolo Polygon, que sobe quase 19% nas últimas 24 horas.

O token SOL, da rede Solana, que foi duramente castigado pela crise provocada por FTX e Alameda Research devido à sua proximidade com as empresas, ainda acumula queda de 6,6% nas últimas 24 horas, mas já recuperou 2% do valor nas últimas horas e é cotado a US$ 17,50, depois de cair abaixo de US$ 15 na última noite.

Analista faz previsões sobre preço do bitcoin

"O cenário é de cautela para o ecossistema cripto e os investidores devem respirar profundamente. Os mercados globais voltaram a ganhar força, dando um alívio para o último movimento de queda do BTC. O S&P500 conseguiu romper a máxima do da quarta-feira e tem retomada da pressão compradora, com 3% de alta na manhã desta quinta", disse Lucas Costa.

Ele também fez uma análise de tendência para o setor, com o qual o mercado cripto ainda tem forte correlação: "O preço voltou a trabalhar acima da média móvel de 21 e 50 períodos, podendo acelerar caso rompa o último topo em 3.930. O movimento de recuperação dos índices de ações trouxe uma pressão para o dólar, que perdeu o último fundo em 109,000 e acelerou quedas - a moeda americana cai 1,27% nessa quinta-feira".

Para o especialista, entretanto, o cenário ainda é de incerteza para o curto prazo, o que exige cautela por parte dos investidores: "O importante é termos paciência nesse momento, não podemos nos deixar contaminar por pânico ou euforia. O Bitcoin ainda cai cerca de 11% na semana e o cenário ainda apresenta grandes riscos".

"O gráfico diário do bitcoin tem tentativa de recuperação, com o preço testando o último fundo rompido em US$ 18.000, que agora se torna uma resistência. Acompanhamos o movimento com topo em US$ 25.200 e fundo em 17.500 para os traçados de Fibonacci. É importante ressaltar que o preço se encontra próximo da região dos 111,8% de Fibonacci em US$ 16.600, faixa conhecida por apresentar falsos rompimentos em uma reação compradora. O fluxo da principal cripto ainda é vendedor, com topos mais baixos que os anteriores e inclinação descendente das médias móveis. A continuidade das quedas tem próximos suportes nas projeções de Fibonacci em US$ 14.400 (141,4%) e US$ 12.900 (161,8%). O cenário do BTC pode ter uma melhora caso o preço consiga voltar a trabalhar acima da média móvel de 50 períodos em US$ 19.500", disse.

Ethereum sobe, mas tendência ainda é de baixa

O especialista do BTG Pactual também fez uma análise gráfica sobre o preço do ether, criptomoeda da rede Ethereum. Para ele, apesar de ensaiar uma recuperação, o ativo ainda se mantém em tendência baixista.

"O Ethereum sobe cerca de 12% no dia de hoje, mas ainda acumula perdas de 13% na semana. A tendência de médio prazo é de baixa e no curto prazo temos uma lateralidade. Acompanhamos o traçado de Fibonacci entre o fundo dos US$ 880 e topo em US$ 2.050, com próximas resistências nas retrações em US$ 1.480 (61,8%) e US$ 1.700 (76,4%). O próximo suporte é o fundo anterior em US$ 1.000, que caso seja rompido pode acelerar quedas até as projeções de Fibonacci em US$ 400 (141,4%) e 165 (161,8%)", afirmou.

É importante ressaltar também que, em um cenário de incerteza em relação a duas das maiores empresas da indústria cripto, análises gráficas e de tendências podem perder precisão de acordo com o desenrolar da crise. Fatores externos ao mercado, como atuação de órgãos reguladores ou de negociações para aquisição das empresas que entraram em colapso têm força o suficiente para provocar mudanças inesperadas no preço dos ativos digitais.

Nesta quinta, após a Binance anunciar a desistência da aquisição da concorrente FTX, o temor de um calote tomou conta do mercado, já que várias outras empresas relevantes desta indústria estão entre investidores e credores da corretora, que era a segunda maior do mundo até entrar em colapso nos últimos dias.

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