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Próximas semanas serão difíceis para setor de criptoativos, diz CEO da Bitso

Daniel Vogel acredita que falência da FTX vai fazer com que exchanges adotem sistemas de comprovação de solvência para seus investidores

Daniel Vogel é CEO da corretora de criptoativos Bitso, que foi fundada no México (Bitso/Reprodução/Reprodução)
JP

João Pedro Malar

Publicado em 12 de novembro de 2022 às 17h19.

Daniel Vogel, CEO da exchange Bitso, acredita que os efeitos do colapso da FTX ainda não foram sentidos inteiramente pelo setor de criptoativos, que deve enfrentar próximas semanas "muito difíceis" conforme outras empresas também enfrentam problemas financeiros.

"Existe muito dinheiro nas contas da FTX que as pessoas não poderão sacar, existem empresas com liquidez por meio da FTX, muitas carteiras expostas", destacou Vogel em entrevista à EXAME.

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-(Mynt/Divulgação)

Apesar da Bitso não possuir nenhuma exposição direta ou indireta à exchange, a segundo maior do mundo, Vogel informou que a empresa tomou a decisão de recuperar investimentos em fundos de crédito que fazem parte do programa Bitso+, que oferece um rendimento mensal para seus clientes, o que deve fazer com que o lucro tenha uma queda nas próximas semanas.

A decisão foi baseada na incerteza sobre o grau de contaminação que a falência da FTX terá sobre o mercado, podendo levar a novas falências.

Para o CEO, o evento será importante na indústria de criptoativos e demandará que os agentes de mercado "escutem mais". "Ao dar um passo atrás, pensando no que ocorreu na indústria nos últimos 10 anos, ela sobreviveu a crises muito duras, e vai sobreviver de novo. Quando as crises ocorrem, as pessoas se juntam para entender como não deixar que elas ocorram de novo".

Uma solução para os problemas da FTX que deve ganhar força é a chamada prova de solvência, ou proof-of-solvence, que envolve o uso de tecnologias já disponíveis no mercado para que as exchanges comprovem aos seus clientes que são capazes de arcar com retiradas de investimentos.

"Não havia demanda de clientes por isso antes, as exchanges não investiam nisso, mas agora com essa crise passou a ter. Há essa demanda para ter a confiança dos clientes", afirma Vogel.

Para ele, a falência da FTX mostra que "os agentes do mercado não podem usar e fazer loucuras com os fundos dos seus clientes", e que o caso é um "chamado para os operadores de exchanges" para que eles melhorem e implementem sistemas de solvência e auditoria.

Vogel acredita que o caso acaba minando a confiança da população com criptoativos, mas que espera que o caso leve a mais conversas no setor para "ver como ter mais transparência". "É uma chamada de atenção, de que estamos falhando na questão de transparência".

"Cada colapso gera uma retração de confiança, não vai ser diferente agora, mas estou seguro de que a indústria vai sair mais forte. Estou otimista com o futuro porque quando vejo os princípios desse movimento é exatamente o que as pessoas pedem, mais controle, mais transparência", destacou Vogel.

O CEO da Bitso acredita ainda que será preciso desenvolver ferramentas para que "as pessoas possam usar tecnologias de criptoativos sem entender a fundo", e que é necessário "entender quais vão ser as ferramentas para investir e dar às pessoas a capacidade de aproveitar todo esse movimento e o que fazem sem que tenham que entender a parte técnica, gerando confiança".

*O repórter João Pedro Malar viajou a Buenos Aires para a Labitconf a convite da exchange Bitso

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