Future of Money

Programador lança plataforma com cópias pirateadas de milhões de NFTs

O site, chamado The NFT Bay, tem identidade visual similar a sites de pirataria bastante conhecidos e busca fazer uma crítica aos tokens não fungíveis

Para o desenvolvedor, o site seria um "projeto de arte educacional" (Divulgação/Divulgação)

Para o desenvolvedor, o site seria um "projeto de arte educacional" (Divulgação/Divulgação)

Cointelegraph Brasil

Cointelegraph Brasil

Publicado em 19 de novembro de 2021 às 15h01.

Última atualização em 19 de novembro de 2021 às 17h15.

Um desenvolvedor de software australiano criou um repositório online de tokens não fungíveis (NFTs) chamado “The NFT Bay”. O repositório inclui versões JPEG dos NFTs, não o token protegido por blockchain em si.

O morador de Adelaide, na Austrália, Geoffrey Huntley, lançou o The NFT Bay na quinta-feira, 18, contendo um arquivo de 17,96 terabytes de cópias de imagens de NFTs que, desde então, atraiu um total de 1,2 milhão de visitas.

O site tem o mesmo layout e logotipo do site The Pirate Bay, onde os usuários podem baixar versões pirateadas de filmes, videogames, músicas e outras mídias via torrent. No entanto, em vez de baixar filmes de grande sucesso, os usuários podem baixar cópias JPEG de NFTs.

(The NFT Bay)

 

    Em um comunicado, o desenvolvedor, que é cético sobre os NFTs, disse que a pegadinha tem um propósito artístico, descrevendo-a como um "projeto de arte educacional" para que as pessoas entendam e reconsiderem "o que realmente estão adquirindo ao comprar arte em NFT".

    Embora Huntley admita que o conceito de Web 3.0 “é bastante surpreendente”, ele disse que a tecnologia subjacente “não é tanto assim”.

    Ele explicou que as pessoas em geral não entendem o que é um NFT e acreditam que estão comprando a própria imagem JPEG, não o token exclusivo protegido pelo blockchain associado a ela. Ele acrescentou: “As pessoas estão explorando essa falta de conhecimento e consciência desse tecnicismo, o que é muito errado”.

    “A imagem não é armazenada no blockchain e a maioria das imagens que eu vi está hospedada no armazenamento da Web 2.0, que provavelmente terminará como 404, o que significa que o NFT tem ainda menos valor”, afirmou. Um 404 é uma mensagem de erro indicando que uma página ou arquivo não pode ser encontrado.

    Steve Mitobe, CEO e fundador da agência de desenvolvimento West Coast NFT, contestou isso, dizendo que “o padrão para a maioria dos NFTs é usar tecnologia de armazenamento de rede descentralizada, como IPFS ou Arweave”.

    IPFS significa InterPlanetary File System, que é uma rede ponto a ponto para armazenar e compartilhar dados em um sistema de arquivos distribuído. Arweave é uma solução global de armazenamento permanente que usa tecnologia de prova de acesso.

    Mitobe acrescentou: “Ao usar esses sistemas, os metadados e as imagens são recuperáveis ​​ou permanentes e não dependem de um único ponto de falha (erro 404).”
    “Onde eu acredito que o Sr. Huntley está incorreto é que ele está assumindo que a Web 3.0 consiste apenas no blockchain em sua totalidade. A infraestrutura da Web 3.0 é, na verdade, composta de muitas partes diferentes, incluindo sistemas de armazenamento ponto a ponto, como Arweave e IPFS. O blockchain é apenas uma peça.”

    Apesar disso, muitos dos chamados “clicadores com o botão direito” e céticos sobre a tecnologia dos NFTs elogiaram o projeto nas redes sociais. O desenvolvedor de software do Reino Unido Drew Hess publicou no Twitter: “Mais do que qualquer outra coisa que eu já vi ou li, este torrent pode finalmente desiludir qualquer pessoa da noção de que os NFTs têm valor inerente”.

    Huntley alugou um servidor bare-metal com 40 terabytes de armazenamento para executar o projeto, que atualmente está custando a ele 200 dólares australianos por mês (cerca de 145,50 dólares americanos). “O site está funcionando bem, embora esteja se tornando insanamente viral”, disse ele.
    Alugou um servidor bare metal a AUD$ 200 por mês para fazer isso. Tem quatro discos sata de 10 TB em RAID0. Vale a pena.

    - geoff (@GeoffreyHuntley) 18 de novembro de 2021

    Huntley vive um “estilo de vida minimalista em uma van”, percorrendo a Austrália. Ele estava por trás da primeira competição de e-sports na Austrália e, anteriormente, era dono de uma empresa que administrava redes de jogos de computador antes de passar seu tempo sozinho ao redor do mundo.

    Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube

    Acompanhe tudo sobre:ArteBlockchainHackersNFTs

    Mais de Future of Money

    Bitcoin tem pior semana desde a eleição de Donald Trump

    Perspectivas para as inovações financeiras e o segmento fintech em 2025

    Como o Brasil se tornou líder no mercado de criptomoedas na América Latina?

    Bitcoin: já passou o momento de comprar?