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PicPay mira criptomoedas: 'Muito mais do que um veículo de investimento e especulação'

Fintech agora oferece negociação de criptomoedas e diz que tecnologia blockchain pode provocar "revolução" no mercado financeiro

Fintechs têm apostado em cripto; além do PicPay, Nubank e Mercado Pago já atuam no setor, além de grandes bancos como BTG Pactual, Itaú e Santander (Jirapong Manustrong/Getty Images)

Fintechs têm apostado em cripto; além do PicPay, Nubank e Mercado Pago já atuam no setor, além de grandes bancos como BTG Pactual, Itaú e Santander (Jirapong Manustrong/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 12 de agosto de 2022 às 12h02.

Depois de empresas como PayPal, Mercado Pago e Nubank, chegou a vez de outra fintech começar a oferecer negociação de criptomoedas para seus usuários. O PicPay lançou a nova funcionalidade nesta semana e anunciou que, para a empresa, os ativos digitais são muito mais do que um veículo de investimento.

(Mynt/Divulgação)

"A compra e venda de bitcoin e ether é o primeiro passo da unidade de negócios do PicPay para cripto e Web3. Para nós, cripto é muito mais do que um veículo de investimento e especulação", disse Bruno Gregory, executivo responsável pela frente de blockchain da fintech, em entrevista à EXAME.

O PicPay já liberou a negociação das duas criptomoedas em sua plataforma, mas apenas para uma parcela dos seus usuários. A ideia é abrir a nova funcionalidade gradativamente, atingindo 100% da sua base até o final do mês de agosto.

Com mais de 30 milhões de usuários ativos e quase 60 milhões de usuários registrados, o PicPay pode ajudar a impulsionar ainda mais o mercado cripto no país. Atualmente, tanto Mercado Pago quanto Nubank já passam de 1 milhão de investidores em criptomoedas no Brasil.

Além das fintechs, grandes bancos também já atuam neste setor. O BTG Pactual, por exemplo, que lançou sua primeira iniciativa com a tecnologia em 2018 com token ReitBZ, prepara o lançamento de uma plataforma própria para negociação de criptoativos nos próximos dias. O Itaú anunciou planos para avançar sobre a tokenização em blockchain. O Santander também mira startups do setor e fez evento no metaverso.

Apesar da forte concorrência, Gregory mostrou otimismo quanto ao uso da nova funcionalidade do PicPay. Ele não abriu todos os números esperados para a operação com criptomoedas no app do PicPay, mas citou uma meta significativa: "Em 12 meses, esperamos ter mais de 3 milhões de usuários investindo em criptomoedas no nosso aplicativo. E posso afirmar: este é um número conservador".

A fintech aposta no mercado cripto e Web3 como uma transformação que vai desbloquear novas oportunidades de negócio e casos de uso, especialmente em serviços financeiros e pagamentos. “É a próxima revolução deste mercado”, afirmou Gregory. "Quem não investir em Web3 vai ficar para trás", continuou, citando que a empresa mantém NFTs, DeFi e outras soluções em blockchain no radar, mas ainda sem previsão para adoção ou oferta de serviços pelo PicPay.

O PicPay, como o Mercado Pago, usará o sistema da Paxos para negociação dos ativos digitais. Isso significa que, assim como acontece o app do braço de pagamentos do Mercado Livre, a empresa não desenvolveu uma solução própria para a operação, mas acoplou um preexistente à sua plataforma.

A fintech cobrará taxas próximas de 2% por operação e, segundo Gregory, esse valor diminuirá de acordo com o tamanho da operação, podendo chegar a 1,5%. Além disso, há um spread sobre o valor da criptomoeda, já que o sistema não negocia os ativos digitais diretamente, mas faz uma espécie de intermédio entre custodiantes ou exchanges e o consumidor final.

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