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Parcerias público-privadas fortalecem ações no combate ao uso ilícito de criptomoedas

Agências governamentais uniram-se ao setor privado na luta contra o uso ilícito de ativos digitais, com investigações que vão desde atividades de gangues a campanhas de desinformação

 (Oi/Divulgação)

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CM
Caio Motta

Sr. Customer Success Manager LatAm da Chainalysis

Publicado em 18 de agosto de 2024 às 10h00.

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As eleições democráticas marcadas para este ano nas principais democracias do mundo impactarão o setor de criptomoedas em relação à regulamentação e investimentos. Independentemente de como esse cenário se desenvolverá daqui para frente e de como serão implementadas as novas regras para construir um ecossistema mais seguro, essas regulamentações, por si só, não serão eficientes em combater crimes que ultrapassam fronteiras e exploram a totalidade dos ativos digitais e do blockchain para fins ilícitos.

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À medida que a adoção das criptomoedas cresce e os ativos digitais tornam-se mais interligados com as finanças tradicionais, cresce também o uso por agentes mal intencionados. Podemos observar essa aplicação em todas as formas de crime, não apenas no “crime de cripto”. As autoridades estão descobrindo o uso de criptomoedas como “rastros” financeiros em investigações que vão desde atividades de gangues até campanhas de desinformação.

É por isso que é fundamental que agências governamentais, bem como agentes de compliance das exchanges, entendam melhor o mercado e desenvolvam parcerias para combater efetivamente essas atividades, o que pode ser alcançado por meio da compreensão e implementação da análise de blockchain.

Investigando:

O papel da análise de blockchain

O blockchain é essencialmente transparente, o que significa que qualquer pessoa pode pesquisar transações passadas. No entanto, essas operações são difíceis de analisar porque os dados não se reúnem de uma forma prática.

Quando se trata de investigar casos de uso ilícito de criptomoedas, a análise de blockchain oferece uma vantagem muito importante para as autoridades de segurança: permite que várias informações sejam organizadas de forma que facilite a interpretação e contextualização das atividades - trazendo fatos como os dados sobre entidades falsas (pseudomonas), motivos das transações ou até mesmo sobre o valor dessas movimentações.

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A análise de blockchain ajuda as autoridades policiais a esclarecer essas questões e a identificar entidades criminosas, examinando a movimentação de criptomoedas roubadas ou lavadas. Isso ajuda as forças de segurança a associarem essas movimentações a entidades do mundo físico.

As plataformas de análise de blockchain também fornecem insights que facilitam a compreensão das atividades ilícitas e permitem que as autoridades evoluam em suas investigações, prendam os criminosos, gerem provas para processos judiciais e também recuperem criptomoedas para as vítimas, quando possível.

Proteção, combate e prevenção:

A importância da união entre os setores público e privado

Além das parcerias estratégicas com o setor privado, essa colaboração entre instituições governamentais, autoridades policiais e legisladores fortalece as estruturas regulatórias do setor e amplia o monitoramento para o compliance. Essa abordagem conjunta é essencial para criar um ambiente que acompanhe o rápido desenvolvimento dos ativos digitais e do blockchain.

A exemplo disso, a Chainalysis publicou no último mês os resultados da Operação Spincaster, uma iniciativa que visa combater o "phishing de aprovação", uma tática cada vez mais popular usada por criminosos para roubar fundos por meio de diferentes técnicas e golpes, como aplicativos de cripto falsos e golpes românticos (também conhecidos como abate de porcos), que causaram mais de USD 2.7 bilhões em perdas desde Maio de 2021.

Essa ação, que começou com uma investigação inicial conduzida em parceria com a Polícia de Calgary, envolveu 12 agências governamentais e 17 exchanges espalhados por seis países (Reino Unido, Espanha, Países Baixos, Austrália, Estados Unidos e Canadá). A partir disso, as agências conseguiram rastrear o fluxo dos fundos ilícitos e usá-los para identificar contas vinculadas a criminosos, apreender fundos e desenvolver inteligência para prevenir golpes futuros.

Nesse sentido, as empresas privadas podem ajudar o setor público a navegar em um cenário seguro e inovador. Diante da crescente adoção de criptomoedas em todo o mundo, precisamos adotar uma abordagem que integra avanços tecnológicos e parcerias para proteger efetivamente os usuários e as organizações.

Com base em experiências nacionais e internacionais, mas também adaptando as melhores práticas ao seu contexto específico, o Brasil pode combater essa crescente ameaça e, ao mesmo tempo, tornar-se um modelo de resiliência e inovação no cripto universo.

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