Future of Money

Open Finance ainda está no começo e será "rede social" do sistema financeiro, diz BC

Autarquia pretende integrar diferentes serviços e soluções financeiras em um "Super App", trazendo produtos customizados para usuários

Open Finance vai aprofundar integração entre diferentes serviços financeiros (Blackdovfx/Getty Images)

Open Finance vai aprofundar integração entre diferentes serviços financeiros (Blackdovfx/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 6 de junho de 2023 às 13h01.

Apesar de ter sido lançado há dois anos e meio, o Banco Central acredita que o Open Finance "ainda está na infância" e tem potencial para expandir significativamente suas funcionalidades para concretizar seu papel como uma "rede social" financeira. A análise foi compartilhada nesta terça-feira, 6, por Mardilson Fernandes Queiroz, chefe-adjunto da autarquia.

Queiroz participou do Criptorama Brasília 2023 e falou sobre os próximos passos do sistema, que faz parte da agenda do Banco Central para a digitalização da economia brasileira. Ele destaca que, em termos técnicos, ainda "existem alguns desafios" que precisam ser superados para a integração de diferentes serviços financeiros, oferecidos por diferentes instituições.

"Os desafios são grandes, o escopo é amplo, vai de serviços básicos até qualquer serviço de produto financeiro, passando por investimentos. A questão é integrar na rede mantendo a segurança desses serviços, e colando o usuário no centro do poder", observou Queiroz. Nesse sentido, a autarquia tem trabalhado para aumentar essa integração e expandir o Open Finance.

Super App

Queiroz explicou que o Banco Central optou por adotar um sistema similar ao de finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês), dividindo o sistema financeiro em diferentes camadas e desenvolvendo soluções - o Open Finance, o Real Digital e o Pix - para cada uma delas. As duas primeiras seriam as de fundação e de ativos, que ficarão sob o guarda-chuva do Real Digital e envolvem a tokenização de ativos.

Já o Open Finance atuará em três camadas: a de protocolos (de pagamentos, investimentos, crédito, etc), de aplicativos e de agregação (os fornecedores efetivos dos serviços. A ideia é que o Open Finance sirva para integrar diferentes instituições e protocolos, "ligando diferentes modelos de negócio inerentes ao sistema financeiro".

Essa integração "mira" um Super App, que seria um serviço para reunir soluções e serviços tradicionais oferecidos pelo mercado financeiro, como crédito, pagamento e câmbio, com novas soluções desenvolvidas pelo Banco Central, como agregação de dados, iniciação de pagamentos e recorrência de transações. "No meio do caminho, temos uma solução de integração, onde vai ter produtos e serviços tradicionais", explica Queiroz.

"As soluções integradas entram ao pegar as novas soluções e ligá-las às tradicionais, montando um investimento inteligente. Você consegue atomizar, programar investimentos de acordo com a customização de cada cliente, a vida financeira dele. As empresas podem usar para gestão flexível de caixa, as pessoas para pagamentos no exterior integrando câmbio", comenta o executivo.

Outra meta da autarquia é "trazer o Real Digital, mercado financeiro, a economia real para esse Super App. O Open Finance é a infraestrutura que possibilita a integração para desenvolvimento de soluções inovadoras. O Open Finance reúne, interliga as instituições, enquanto o Real Digital vai dar nova dinâmica para integração de ativos financeiros", afirma Queiroz.

Uma nova era da economia digital está acontecendo bem diante dos seus olhos. Não perca tempo nem fique para trás: abra sua conta na Mynt e invista com o apoio de especialistas e com curadoria dos melhores criptoativos para você investir.  

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:open-bankingBanco Centralmeios-de-pagamentoMercado financeiro

Mais de Future of Money

Criptomoedas movimentam mais de R$ 100 bilhões no Brasil pela 1ª vez na história

Regulamentação de cripto pelo BC vai continuar em 2025; stablecoins e tokenização serão prioridades

Na contramão dos mercados globais, Brasil retira R$ 61 milhões de fundos de criptomoedas

Stablecoins no Brasil: caminhos regulatórios e considerações globais