Bitcoin caiu cerca de 65% em 2022 (SOPA Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2022 às 10h38.
O ecossistema dos ativos digitais está em franca expansão. Como parte deste processo, temos observado cases que decretaram o fim de empresas e projetos em criptomoedas - algo de praxe no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, mas alguns casos se destacam, como o caso da exchange FTX.
Estas situações exemplifica a necessidade de colocar em prática alguns dos principais valores do nosso setor: transparência, segurança e descentralização do poder.
Temos uma base técnica aberta e transparente, e nossa indústria agrega valor por meio de inovação tecnológica e postos de trabalho - movimentando, somente no Brasil, mais de R$ 791 bilhões entre 2021 e 2022, de acordo com o estudo Geography Report 2022 da Chainalysis.
Em momentos como o atual bear market, temos o timing perfeito para promover melhorias em nosso ecossistema. No Brasil, o debate sobre a regulamentação das criptomoedas foi recentemente destravado após sete anos em tramitação, com as autoridades reguladoras percebendo a importância de garantir segurança jurídica às empresas e depositantes desse setor.
Diversas entidades dos mais variados setores, incluindo a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), solicitaram à Câmara dos Deputados celeridade na aprovação do Marco Regulatório das Criptomoedas (Projeto de Lei nº 4.401/2021).
Apesar de deixar algumas lacunas sobre as quais a indústria já vinha debatendo, como a segregação entre ativos dos clientes e das exchanges, a aprovação do Marco é um importante passo que traz mais segurança jurídica para empresas e usuários.
Mas por que a indústria chama atenção para a necessidade de regulação? É importante entendermos que a indústria de ativos digitais é um ecossistema e a implosão de uma grande empresa pode afetar uma grande fatia do mercado. Portanto, não podemos ficar desassistidos pelas autoridades ou operar sem um conjunto de regras claras. Um Marco Regulatório pode atrair novos e grandes players, promovendo sua expansão e trazendo-o para o mainstream
É importante notar que essa não é a primeira turbulência que a indústria enfrenta. Em 2014, a exchange Monte Gox, que tinha aproximadamente 46% de todos inflows, colapsou. A FTX teve uma participação média de 13%, como indicou um levantamento da Chainalysis.
Nossa indústria já sofreu duros golpes e se manteve, crescendo e atraindo cada vez mais usuários. Em qualquer processo de amadurecimento, devemos tomar os erros como oportunidade de aprendizado para o crescimento. É dessa forma que devemos observar casos como este: uma chance de aperfeiçoamento para a consolidação da criptoeconomia e seu ecossistema.
Os períodos de crise são o momento ideal para defender uma indústria melhor e mais segura. Empresas cripto e o setor público podem promover mais liberdade financeira e com menos risco - valores inerentes à já existente nova fase da internet.
*Brianna Kernan é Líder de Vendas da Chainalysis para a América Latina.
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