Como Nubank usou Open Finance para ajudar clientes a poupar R$ 6 milhões
Banco digital avalia que iniciativa do Banco Central pode aumentar competição no sistema financeiro, mas ainda tem desafios
Repórter do Future of Money
Publicado em 30 de janeiro de 2024 às 16h30.
O Open Finance completa na próxima quinta-feira, 1º, três anos desde o seu lançamento oficial para o público. E, desde então, os bancos e fintechs brasileiros têm criados diversos casos de uso a partir do sistema de compartilhamento de dados do Banco Central . O Nubank , por exemplo, criou um sistema de alerta que ajudou clientes a economizar mais de R$ 6,4 milhões nos últimos dez meses.
O dado foi revelado nesta terça-feira, 30, em um evento realizado pela fintech. Luciana Kairalla, general manager de Open Finance,destacou que o tema é uma das prioridades do Nubank no momento, mas também apontou que existem alguns desafios que precisarão ser superados para que a adesão da população ao compartilhamento de dados aumente .
Na visão de Kairalla, ainda é preciso "desenvolver mais a comunicação e a educação para que as pessoas entendam o que é o Open Finance, ou então que as pessoas sejam impactadas positivamente e entendam o que é". Ela ressalta que, na visão do banco digital,o sistema "é o que junta o Pix , o Drex , todos esses mundos. Então tem um potencial gigante, a agenda está só no começo".
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Open Finance no Nubank
A expectativa do Nubank é que oOpen Finance resulte em mais competitividade, disponibilidade, acessibilidade e personalização para serviços financeiros, dando mais poder de escolha para o cliente.Se for bem-sucedido, ele tem potencial para gerar mais inovação, inclusão e crescimento econômico.
A tendência, acredita a executiva, é que o avanço do Open Finance crie novos casos de uso, em especial em áreas como de crédito, enquanto segmentos já englobados pelo sistema também ganharão novas ferramentas e produtos. No caso do Nubank, o Open Finance é descrito como uma "agenda prioritária".
Atualmente, a fintech tem o maior número de consentimentos ativos de compartilhamento de dados por clientes, com 13 milhões - 31% do total de consentimentos e equivalente a 11% da base de clientes do Nubank. Pesquisas realizadas pela empresa apontam que 77% dos clientes estão satisfeitos ou muito satisfeitos com as soluções oferecidas a partir desse compartilhamento, e 47% ficariam "muito desapontados" se elas deixassem de existir.
Entre os casos de uso apresentados pelo banco digital estão a gestão financeira de todas as contas pelo aplicativo de um único banco, podendo verificar saldos e transações, a possibilidade de realizar depósitos usando saldos em outros bancos e dois sistemas de alerta, um que avisa o cliente quando ele possui dinheiro parado em alguma conta que poderia ser investido e outro que detecta quando o cliente entrou no cheque especial em algum banco.
O segundo alerta fez com que osclientes economizassem R$ 6,4 milhões no pagamento de juros do cheque especial. Já a gestão de contas tem atualmente 7,8 milhões de acessos por mês, enquanto o alerta de dinheiro parado notificou 1,4 milhão de clientes desde o lançamento.
Como um todo, o Open Finance soma 42 milhões de consentimentos ativos - um número classifico por Kairalla como "gigante" e que coloca o Brasil na liderança mundial - e 54 bilhões de chamadas entre bancos para compartilhamento de dados. Uma área mais recente lançada pelo Banco Central é o uso para iniciar pagamentos, que soma 54 milhões de chamadas no momento, um número que a executiva classifica como "baixo", mas que tende a aumentar.
O futuro do Open Finance
Para a executiva do Nubank, ainda é preciso que o sistema financeiro tenha um esforço de "chegar no cliente da melhor forma e explicar o que ele ganha" ao aderir ao Open Finance. Outro ponto importante é ter uma comunicação clara sobre a segurança da iniciativa, um tópico que ainda preocupa alguns brasileiros.
Na avaliação da fintech, o avanço do Open Finance no mercado depende da criação de uma jornada mais fluída para os consumidores, aumento da eficiência do sistema para que os dados possam ser disponibilizados e acessados em tempo real e uma continuidade da agenda evolutiva do projeto, com novas áreas de compartilhamento e casos de uso.
Kairalla explica que"é preciso mostrar qual é o valor do Open Finance, o que ele pode fazer. Se o cliente entende que não houve retorno ao compartilhar os dados, ele não renova o consentimento. Então a questão é o valor percebido do sistema pelo cliente".
Nesse sentido, ela que o mercado tem a capacidade para entregar casos de uso - destacando os já lançados e a expectativa para novos -, mas que a dificuldade maior está em entregar o produto e comunicá-lo de forma clara e simples para o consumidor.
Sobre as melhorias de usabilidade do Open Finance, a líder da área no Nubank comenta que existem fricções atuais no uso que não envolvem garantias de segurança. O foco, portanto, é ter "melhorias de jornada para ajudar o cliente, reduzindo telas, mas mantendo o ambiente seguro. É um desafio de achar o meio-termo entre a melhor experiência sem abrir mão da segurança".
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