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Nova co-CEO da Binance quer transformar exchange no 'Google de cripto'

Yi He, uma das fundadoras da Binance, falou à EXAME sobre os planos da corretora de criptomoedas após a mudança na sua liderança

Binance: Yi He foi anunciada como nova co-CEO da corretora (Binance/Divulgação/Divulgação)

Binance: Yi He foi anunciada como nova co-CEO da corretora (Binance/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 11h10.

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Yi He, uma das fundadoras da Binance e considerada uma das mulheres mais influentes do mercado cripto, foi anunciada na última quarta-feira, 3, como a nova co-CEO da exchange, dividindo a posição com Richard Teng. Em entrevista à EXAME, a executiva explicou quais os planos da corretora de criptomoedas com a mudança e compartilhou uma meta ousada: transformar a empresa no "Google de cripto".

A nova co-CEO da Binance participou de uma coletiva de imprensa para jornalistas da América Latina durante a Binance Blockchain Week, evento organizado pela exchange em Dubai. Durante a coletiva, ela destacou que o objetivo da mudança é aproveitar os conhecimentos e a experiência acumuladas por He desde a criação da Binance.

He pontuou que a "cultura cripto original" é a parte mais importante da Binance, e que a sua chegada à posição de co-CEO busca reforçar esse aspecto. Seu objetivo, destaca, é criar uma "ponte entre a cultura da Binance que eu trago e o aspecto técnico e regulatório que é a especialidade do Richard [Teng]".

Ela ressaltou ainda que chega à liderança da corretora após passar por diversas áreas da exchange, incluindo a liderança das equipes de marketing e de recursos humanos nos últimos anos. Sobre a estratégia de co-CEOs, pontua que "não somos os primeiros, mas espero que não sejamos os últimos. É ideia é que eu tenha mais responsabilidades e também possa tirar um pouco do estresse do Richard".

O futuro da Binance

Questionada sobre seus planos com a chegada ao cargo de CEO, He disse que não pretende realizar grandes mudanças no curto prazo, mas que um foco importante da sua gestão estará na área de inovação, criação de novos produtos e aprofundamento da adoção de inteligência artificial pela corretora.

Ela destaca ainda uma mudança profunda observada no mercado de criptomoedas recentemente. "O que me surpreendeu é como o setor mudou tanto. Não poderia imaginar há 12 anos que players institucionais tradicionais como BlackRock estariam totalmente envolvidos no setor, indo além de testes pequenos. Estamos realmente construindo a história do sistema financeiro, não apenas uma startup".

Nesse sentido, He pretende intensificar o desenvolvimento e expansão de novos casos de uso para as criptomoedas na Binance, com foco especial na área de pagamentos e de conteúdo. O objetivo é construir uma "segunda curva de crescimento" para a Binance, que se consolidou há anos como a maior corretora de criptomoedas do mundo.

"No curto prazo, acredito que a indústria financeira vai mudar antes da Binance. O mundo cripto traz mais eficiência, velocidade e transparência. Acho que vai ser uma mudança muito similar à forma como a internet mudou o mercado de mídia", comenta.

He também aponta a necessidade de equilibrar os diferentes usuários da Binance como o "grande desafio" da corretora. Ela diz que a exchange combina cada vez mais diferentes tipos de usuários, desde investidores de varejo antigos no mercado a novos investidores institucionais.

"Queremos criar um ambiente de ganha-ganha para todos, mas sempre com uma justiça e transparência na formação de preço. Não podemos decidir se os preços vão cair ou subir, mas sim garantir que os preços estarão justos", afirma. Ao mesmo tempo, a corretora intensificou a oferta de conteúdos educacionais para seus investidores de varejo, de modo que eles "aprendam os riscos e as causas dos movimentos de preço".

Sobre o futuro do mercado, e dos preços, no longo prazo, He disse que tem uma "lógica simples de investimento": "Eu sou uma acumuladora de longo prazo, não vendo. Eu acredito na indústria, se eu não acreditasse, não estaria aqui. Tenho uma confiança muito grande na indústria, mesmo que no curro prazo o setor ainda tenha alguns desafios. O ciclo de 4 anos [do preço do bitcoin] começou a mudar porque os players mudaram. Conforme grandes players entram, a lógica da indústria vai mudar muito".

Ela aponta ainda uma correlação crescente com o mercado de ações, com as criptomoedas acompanhando os movimentos de preço desses ativos. Entretanto, avalia que o mercado cripto também passou a antecipar quedas do mercado de ações, já que costumam ser os ativos de maior risco vendidos por investidores. "Isso gera uma grande oportunidade, mas também um risco".

Sobre o futuro da Binance, He afirma que pretende transformar a exchange no "futuro Google de cripto". Para isso, diz que é necessário que a empresa vá além de ser uma plataforma de investimentos, oferecendo uma série de serviços e produtos que atendam necessidades distintas do público, mas sempre ligadas ao mundo cripto.

"Ele pode usar a Binance mesmo que não seja para a negociação, com usos para pesquisa, pagamentos, comunicação, investimentos. A nossa imagem principal ainda é a de uma plataforma para investimentos, mas queremos ir além disso", explica.

A executiva também não descarta uma entrada da Binance no mercado dos Estados Unidos, mas não deu indicativos de que o movimento deve ocorrer no curto prazo: "Nunca diga nunca. Se tivermos a oportunidade, ficaremos felizes em ir para os Estados Unidos".

*O jornalista viajou para Dubai a convite da Binance

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