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Câmbio: CEO do Braza Bank elogia stablecoins (Braza Bank/Divulgação/Divulgação)
Editor do Future of Money
Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 14h40.
Com uma experiência de décadas no setor, Marcelo Sacomori transformou o Braza Bank no maior banco de câmbio do Brasil em dez anos. Após passar por diversas inovações no segmento, o CEO é categórico: não existirá um mercado de câmbio no futuro sem a presença das stablecoins, criptomoedas pareadas a outros ativos.
Em entrevista exclusiva à EXAME, Sacomori enquadrou esses ativos em um histórico de mudanças e de modernização que atingiram o mercado de câmbio desde o início dos anos 2000. A globalização, a intensificação de operações internacionais, a crescente conexão entre países e as tecnologias que permitem transferências cada vez mais ágeis e baratas marcaram a evolução do setor.
Agora, ele acredita que as stablecoins vão representar um novo salto no processo. E o próprio Braza Bank já entrou de cabeça nesse mundo, lançando em 2025 duas criptomoedas próprias pareadas ao real e ao dólar. Além disso, a instituição processa ao menos 50% de todas as operações com stablecoins no Brasil, refletindo sua importância crescente no segmento.
As stablecoins podem ser pareadas a qualquer ativo, mas as mais famosas, usadas e valiosas são pareadas ao dólar. Isso significa que 1 unidade da criptomoeda sempre precisará valer US$ 1. Na prática, essa relação permite realizar transferências e pagamentos a partir da tecnologia blockchain, aproveitando as suas vantagens.
Sacomori diz que o impacto desses ativos é "chocante", oferecendo operações "quase instantâneas e completamente diferentes da lógica do Swift", se referindo ao tradicional sistema de operações internacionais usado pelo mercado há décadas.
Se o Swift demora no mínimo de 3 a 4 dias úteis para processar operações e envolve o pagamento de taxas elevadas, com riscos que podem atrasar o processo, as stablecoins contam com uma "acessibilidade ao mercado de câmbio 24/7 [24 horas, 7 dias da semana], com spreads mais competitivos, custos menores, mais velocidade e transparência, além de resolver o problema de confiança em torno da transação".
"A transparência auditável é um ponto de valor absurdo, principalmente nas transações comerciais, e em especial em pequenas e médias empresas", destaca o executivo. Para Sacomori, "as stablecoins têm a capacidade de trazer um sistema de pagamentos decente para países e regiões onde isso não existe ainda. Até para situações de catástrofe humanitária, em que sistemas de pagamento tradicionais deixam de funcionar. As aplicações são várias".
Nesse cenário, o executivo não tem dúvidas de que "não vai existir mercado de câmbio sem stablecoins. Não é o futuro, é a realidade. E a própria regulação do Banco Central já mostra isso". A fala faz referência às regras recentes divulgadas pelo BC para o setor cripto, incluindo o enquadramento de operações com criptomoedas no mercado de câmbio.
Ele avalia que "toda regulação faz sentido, é adequada. Acho que é saudável enquadrar em operação de câmbio. Ainda pdoe criar um mercado privado em corretoras descentralizadas como forma de contornar, mas isso no papel moeda já é permitido, sem tributação na transação pessoal. É saudável ser regulado para evitar golpes, roubos, esquemas e as entidades vão ser reguladas com capital mínimo, e isso traz uma segurança enorme".
O CEO do Braza Bank também projeta um "processo natural de filtragem" no segmento de stablecoins, por mais que o momento atual seja de lançamento de novos ativos por parte de grandes instituições financeiras. "O JPMorgan vai lançar, o Bank of America vai lançar".
Entretanto, ele acredita que "alguns poucos líderes vão permanecer, com os outros aderindo a eles. A mágica do sucesso vai estar na aplicação. No Brasil, você já tem o Pix, que é o melhor sistema de pagamentos do mundo. Então para que você precisaria de uma stablecoin de real? Para consolidar o ativo, vai precisar construir aplicações que sejam agregadas pela tecnologia de contratos inteligentes".
"A usabilidade vai ser o grande diferencial. E provavelmente teremos um ecossistema organizado com poucas stablecoins regionais ligadas com poucas globais. Não acredito na dominância de uma, mas de poucas. E as locais vão ser baseadas em compliance, com reservas auditáveis e transparentes, certificações e liquidez, que dá a instantaneidade na troca pela moeda. Vai ser uma corrida pela qualidade", afirma.
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