Ricardo Amorim é um dos mais conhecidos influenciadores do mercado financeiro (Divulgação/Divulgação)
Repórter do Future of Money
Publicado em 27 de setembro de 2023 às 11h50.
Última atualização em 28 de setembro de 2023 às 15h10.
O economista Ricardo Amorim, um dos influenciadores de economia no Brasil com mais seguidores nas redes sociais, revelou na semana passada que desistiu da oportunidade de investir no bitcoin quando a criptomoeda ainda estava em seus estágios iniciais. Ao falar sobre o tema, ele destacou o arrependimento que sente hoje, mas o medo que sentia à época.
Amorim explicou a história durante sua participação no podcast Os Economistas. A conversa completa foi publicada em abril, mas o economista publicou no X, antigo Twitter, na última quarta-feira, 20,um trecho específico em que falou sobre o seu quase investimento na criptomoeda.
"A criptomoeda surge, surgiu o bitcoin. Quando surgiu o bitcoin, tinha acabado de aparecer, eu vi e achei que fazia sentido", comentou Amorim. O economista e apresentador destacou que o projeto foi lançado em um contexto macroeconômico adverso, na crise econômica de 2008 que se alastrou pelo mercado financeiro, em especial nos Estados Unidos e na Europa.
Quando o Bitcoin surgiu, em 2009, pensei em investir uns U$100, quando ele custava poucos centavos, mas desisti porque achei que era um golpe, que meu dinheiro iria sumir e que eu faria papel de trouxa. Graças a meu medo de me sentir otário, não me tornei bilionário. Adivinhe… pic.twitter.com/QbbbYkYi6H
— Ricardo Amorim (@Ricamconsult) September 20, 2023
"Crise 2008, Estados Unidos e Europa com risco de ter uma crise à lá a Grande Depressão [em 1929]. Eu sabia que só tinha uma solução de evitar isso: os caras vão ter que estimular como nunca foi estimulado. Imprime moeda feito um maluco, estímulo fiscal", comentou o economista, se referindo à atuação de governos e bancos centrais no período.
À época, Amorim refletiu que " se todos eles vão imprimir moeda, as moedas vão perder valor". A solução pensando em manter a lucratividade de investimentos seria busca ativos alternativos: "vai para o metal precioso, ativo real, imóvel, terra". E foi nesse momento que o influenciador descobriu o bitcoin.
"Eu soube que criaram uma moeda nova que a regra de emissão é constante. Faz todo sentido, é uma ideia brilhante", elogiou Amorim. Entretanto, ele também foi informado de que o criador da criptomoeda, Satoshi Nakamoto, não tinha sua identidade conhecida, em um mistério que dura até os dias de hoje no mercado cripto.
Por isso, Amorim achou que o bitcoin seria um golpe. "Eu entrei naquele negócio, já tinha separado. Pensei, não, coloca uma graninha. Separei US$ 100, nada demais, e se der certo... eu não imaginava que multiplicou como multiplicou, mas multiplicaria dezenas de vezes, centenas. Foi muito mais que isso", ressaltou.
O pensamento do economista era de que "eu vou colocar e aí quando eu perceber que é golpe eu vou me sentir um imbecil". Por isso, ele acabou não realizando o investimento. "Imagina como eu me senti de não ter colocado. Aqueles US$ 100, acho que valeria não sei quantos milhões. Prefiro não ver o número certo, acho que vai doer demais", afirmou durante o podcast.
Já na publicação no X, Amorim reforçou o arrependimento por ter deixado de investir na criptomoeda: "desisti porque achei que era um golpe, que meu dinheiro iria sumir e que eu faria papel de trouxa. Graças a meu medo de me sentir otário, não me tornei bilionário. Adivinhe como me sinto hoje". Segundo ele, o bitcoin valia "1 centavo" naquele período. Hoje, cada unidade da criptomoeda está cotada em mais de US$ 26 mil.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok