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Mulher se defende após jogar fora R$ 4 bilhões em bitcoin do ex: "Espero que ache para calar a boca"

James Howells perdeu montante bilionário de bitcoins em 2013 e viu o ativo disparar desde então, mas sem acesso aos seus investimentos

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 25 de novembro de 2024 às 15h21.

Última atualização em 25 de novembro de 2024 às 15h50.

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A galesa Halfina Eddy-Evans quebrou o silêncio pela primeira vez em 11 anos e falou sobre a acusação do seu ex-marido de que ela teria "jogado fora" a carteira digital com uma fortuna de US$ 714 milhões (R$ 4,15 bilhões, na cotação atual) em bitcoin no lixo, impedindo que James Howells tivesse acesso às criptomoedas.

Em entrevista ao jornal Daily Mail, Eddy-Evans reconheceu que jogou o equipamento no lixo, mas afirma que o caso foi um engano. "Sim, eu joguei o lixo dele fora, mas ele me pediu. Ele me falou que tinha um saco com lixo e pediu para que eu levasse para um lixão. Eu não tinha ideia do que tinha dentro", comentou.

"A perda [dos bitcoins] não foi minha culpa. Eu adoraria que ele achasse, eu estou cansada de ficar ouvindo essa história", disse. Durante a entrevista, Eddy-Evans, que era namorada de Howells antes do casal se separar, disse que espera que ele ache as criptomoedas "para que ele cale a boca. Eu não quero um centavo do dinheiro dele".

Entenda o caso

De acordo com Howells, o montante bilionário de criptomoedas foi perdido em 2013. Em 2009, quando o bitcoin tinha um valor pequeno, o galês obteve as unidades da moeda digital a partir do processo de mineração. Ele afirma que, ao todo, acumulou cerca de 8 mil unidades do ativo.

As criptomoedas ficaram paradas, armazenadas em uma "carteira fria", ou cold wallet, um tipo de equipamento físico que dá acesso aos ativos. Já em 2013, ele estava organizando sua casa e separou duas carteiras, uma com as criptomoedas e outra vazia.

Howells separou um deles para jogar fora e planejava verificar os equipamentos antes de levar o sem as criptomoedas para um centro de reciclagem, mas sua então companheira acabou se antecipando e levou o lixo na manhã do dia seguinte. Com isso, a carteira com os bitcoins foi parar em um lixão.

Na época, os bitcoins valiam menos de R$ 6 milhões, mas dispararam de valor de lá para cá. Enquanto isso, Howells ficou sem acesso às criptomoedas e ao seu potencial lucro bilionário. Mas ele tem buscado há anos a autorização da cidade onde vive para entrar no lixão e procurar o equipamento.

Após diversas negativas da cidade, Howells decidiu entrar com um processo contra a prefeitura, pedindo o pagamento de uma compensação em valor correspondente aos R$ 4 bilhões que os ativos tiveram no último recorde de preço da criptomoeda.

Ao site Wales Online, Howells disse que o processo é apenas uma forma de pressionar a prefeitura a conceder o acesso ao lixão. Ele ainda pretende doar 10% do valor das criptomoedas para a cidade caso consiga encontrá-las. Ao mesmo tempo, ele precisará 60% do valor para um grupo que passou a apoiá-lo financeiramente em troca dos ativos depois que ele se demitiu do emprego.

Até o momento, a cidade negou os pedidos de Howells citando "riscos ambientais" que a operação de busca do equipamento poderia gerar. Entretanto, Howells também prometeu que tomará os cuidados necessários. Agora, ele pretende levar a questão para a Justiça e, quem sabe, ir do lixo ao luxo com seus bitcoins perdidos.

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