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Mineradora de bitcoin vai usar energia da Usina de Itaipu em operações

Bitfarms, uma empresa canadense de mineração de criptomoedas, adquiriu contratos de energia para atuar no Paraguai

Mineração do bitcoin faz parte do mecanismo de prova de trabalho da rede (Foto/Reprodução)

Mineração do bitcoin faz parte do mecanismo de prova de trabalho da rede (Foto/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 20 de julho de 2023 às 15h09.

A Bitfarms, uma empresa dedicada à mineração de bitcoin, anunciou na última quarta-feira, 19, que adquiriu dois contratos que permitirão que ela expanda suas operações no Paraguai. Com isso, a companhia canadense vai passar a usar a energia gerada na Usina Hidrelétrica de Itaipu para minerar criptomoedas.

De acordo com um comunicado, a empresa contratou o equivalente a 150 megawatts (MW) de energia hidrelétrica, sendo que 50 MW serão usados em uma unidade de mineração que já está em operação e outros 100 MW serão destinados a uma nova idade que está em desenvolvimento, ambas localizadas próximas a Itaipu.

O movimento da Bitfarms reflete uma tendência dos últimos anos por parte de empresas de mineração de bitcoin, que têm buscado ampliar operações em países que oferecem fontes de energia renováveis como forma de afastar uma associação com a contribuição para mudanças climáticas.

O Paraguai tem sido um dos países mais beneficiados por esses esforços, atraindo companhias por oferecer energia barata e renovável, em especial hidrelétrica. A Usina de Itaipu é a terceira maior do mundo, com a sua produção de energia sendo dividida pelo Brasil e pelo Paraguai.

A empresa planeja construir uma unidade secundária de mineração no terceiro trimestre deste ano, enquanto ainda define o cronograma para a unidade que receberá os 100 MW de energia contratados. O custo de contratação foi de 3,9 centavos por quilowatts-hora (kWH), sem ajuste anual pela inflação.

Além do Paraguai, a Bitfarms atua no Canadá, seu país sede, e nos Estados Unidos e na Argentina. A empresa afirma que é "alimentada por contratos de energia hidrelétrica e de longo prazo predominantemente ecológicos" e "está empenhada em usar infraestrutura de energia sustentável, baseada localmente e frequentemente subutilizada".

Halving do bitcoin

Além disso, o CEO da Bitfarms, Geoff Morphy, afirmou que a expansão de atividades no país ocorre conforme a empresa começa a se preparar para o halving do bitcoin. Previsto para o início de 2024, o evento marcará uma nova redução na quantidade da criptomoeda gerada na mineração, caindo pela metade.

"À medida que nos aproximamos do próximo halving do bitcoin, estamos buscando impulsionar o crescimento, alavancando nossa experiência em design de fazendas [de mineração] e aproveitando nossa experiência operacional para ampliar nossa presença geográfica e otimizar recursos de energia subutilizados globalmente", explicou o executivo.

Ele destacou ainda que "o Paraguai tem acesso a uma abundância de energia renovável excedente, e essas aquisições garantem contratos de energia sustentável valiosos, porém limitados, ao mesmo tempo em que ampliam nossa posição em um país rico em recursos".

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