Repórter do Future of Money
Publicado em 16 de dezembro de 2024 às 11h42.
A Nasdaq, bolsa de valores dos Estados Unidos que concentra ações de empresas de tecnologia, confirmou na última sexta-feira, 13, que a MicroStrategy vai entrar no índice Nasdaq 100. A inclusão ocorre após os papéis da companhia dispararem, a colocando entre as mais valiosas da bolsa.
O índice Nasdaq 100 reúne as 100 empresas mais valiosas da bolsa de Nasdaq em relação à capitalização de mercado, com rebalanceamentos anuais. No mais recente, foram anunciadas a inclusão da MicroStrategy, da Palantir e da Axon na cesta de ações e a remoção da Ilumina, da Super Micro Computer e da Moderna.
A entrada da MicroStrategy na lista reflete a forte valorização das ações da empresa ao longo de 2024. No acumulado do ano, a companhia acumula uma disparada de mais de 540%, levando os papéis da empresa de software ao maior valor da sua história, superando inclusive a época anterior à chamada bolha da internet.
O analista da Bloomberg compartilhou uma projeção "conservadora" sobre o potencial de atração de novos investimentos que a MicroStrategy receberia com a inclusão. Segundo o analista, o fluxo de entrada de capital nos papéis da empresa chegaria à casa dos US$ 2,1 bilhões.
A alocação, correspondente a 20% do volume atual das ações da companhia, seria automática, já que diversas gestoras e ETFs realizam investimentos no Nasdaq 100, e não em ativos específicos, ampliando o total de investidores que a empresa possui no momento.
A inclusão da MicroStrategy no índice ocorrerá em 23 de dezembro.
O movimento de alta da MicroStrategy está ligado à estratégia da empresa de usar o bitcoin como reserva de valor para seu patrimônio. O bitcoin foi adotado pela MicroStrategy como uma reserva de valor em seus balanços em 2020.
A MicroStrategy é hoje a maior detentora institucional do ativo, o que tem atraído investidores interessados em ter uma exposição indireta ao bitcoin em meio ao seu novo ciclo de alta. As reservas na criptomoeda superam os US$ 45 bilhões no momento.
A estratégia, capitaneada pelo então CEO Michael Saylor, rendeu críticas e dúvidas inicialmente, mas acabou se confirmando até o momento como um acerto da companhia.