Maiores investidores da Ethereum venderam R$ 22 bilhões em ether desde atualização, mostra estudo
Levantamento aponta que o movimento resultou em uma desvalorização de 12,7% da criptomoeda em relação ao bitcoin no mesmo período
João Pedro Malar
Publicado em 17 de outubro de 2022 às 11h32.
Os principais investidores da Ethereum venderam cerca de US$ 4,2 bilhões (R$ 22,16 bilhões, na cotação atual) de ether, a criptomoeda da rede, nas últimas cinco semanas, de acordo com um estudo divulgado pela plataforma Santiment.
O levantamento foi divulgado no domingo, 16, e aponta que o movimento resultou em uma desvalorização de 12,7% do ether em relação ao bitcoin. As duas criptomoedas são as maiores do mercado em termos de valor e volume.
De acordo com a Santiment, investidores que possuem entre 100 e um milhão de ethers investidos na Ethereum, chamados de "tubarões" e "baleias", venderam o equivalente a 3,3 milhões da criptomoeda entre a segunda metade de setembro e a primeira de outubro.
Por outro lado, o mesmo grupo acumulou 2,2 milhões de ethers nas oito semanas anteriores, entre julho e a primeira metade de setembro. Com isso, o ether chegou a ter uma alta de 43,3% em relação ao bitcoin.
As vendas dos grandes investidores coincidiram com a maior atualização já realizada pela Ethereum, o "The Merge", ocorrido em 15 de setembro. Ele envolveu a mudança no mecanismo de consenso da rede, a forma como as transações realizadas nela são validadas, passando de uma prova de trabalho (proof-of-work) para uma prova de consenso (proof-of-stake).
Após a atualização, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), Gary Gensler, afirmou que o ether poderia ser considerado um valor mobiliário, e portanto estaria sujeito a todas as regulações da agência, o que não foi bem recebido pelo mercado.
Em entrevista à EXAME, Luiz Andrade, analista da Nord Research, também atribuiu a queda da criptomoeda da Ethereum a um movimento de "comprar no boato e vender no fato”. “O 'The Merge' ajudou o ether a subir pela expectativa, mas depois que ocorreu muita gente vendeu tendo perspectiva de curto prazo em mente”.
“Teve a questão de centralização, que levantou preocupações com a saúde da rede e o quanto a atualização seria positiva ou não para a rede. Nisso, se juntou um momento de mercado ruim para os criptoativos como um todo”, explica Andrade.
Entretanto, para analistas consultados pela EXAME, o "The Merge" tende a ser positivo para a Ethereum no médio e longo prazo, com mudanças - entre elas uma facilidade maior para o ether ter um caráter deflacionário - que devem ajudar na valorização da criptomoeda no futuro.
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