Itaú pode expandir serviços com criptomoedas para o Paraguai (Eduardo Frazão/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 19 de junho de 2024 às 12h29.
O Itaú avalia expandir suas operações de investimento em criptomoedas para outros países além do Brasil. Informações obtidas pelo site Cointelegraph Brasil apontam que a instituição financeira estuda no momento a oferta de operações com ativos digitais para o Paraguai, de olho em uma indústria em ascensão no país.
A proposta que está sendo avaliada é replicar no país vizinho as mesmas operações do banco no Brasil, ou seja, a possibilidade de comprar e vender bitcoin e ether dentro da plataforma de investimentos da instituição, a Íon. José Brítez, CEO do Banco Itaú no Paraguai, confirmou as informações em entrevista à Forbes Paraguai e disse que vem conversando com a equipe do Brasil sobre a possibilidade.
Segundo ele, o país tem uma grande demanda por parte dos mineradores, e a entrada do Itaú neste mercado no país daria mais segurança, garantia e fortaleceria a indústria de mineração no Paraguai, segundo Brítez. "Estamos analisando com dois especialistas do Itaú. O processo ainda é bastante verde no Brasil, mas queremos entender melhor e buscar algumas soluções ”, explicou.
O mercado de mineração de bitcoin no Paraguai, que atraiu a atenção do Itaú, pode ter um boom nos próximos anos. Recentemente, o ministro da Indústria e Comércio, Javier Giménez, revelou que a mineração de criptomoedas faz parte da estratégia econômica do país em busca de uma transição industrial para usar o seu excedente de energia.
"Estamos correndo para atrair indústrias, mas seria bom se conseguirmos dar energia aos mineradores de criptomoedas, onde há demanda para utilizá-la", disse.
Segundo o ministro, é mais rentável para o país vender sua energia para os mineradores de bitcoin, que pagam até três vezes mais do que o valor pago pelo Brasil com o acordo de Itaipu. No entanto, a proposta do Brasil é que o preço pago pela energia da hidroelétrica bi-nacional seja ainda mais barato.
Esse excedente de energia do Paraguai também está atraindo os mineradores 'ilegais' de bitcoin, que roubam energia para minerar criptomoedas. Para combater isso, o vice-ministro de Minas e Energia, Mauricio Bejarano, sustentou que o Poder Executivo está realizando uma "guerra" contra os mineradores ilegais.
“Esse ataque à ilegalidade nos parece muito correto, na verdade, há um ataque frontal, um combate frontal do Executivo, inclusive da própria Ande, contra a atividade ilícita que está sendo realizada ”, disse.
Ainda segundo ele, o governo deve estabelecer regras para a mineração de criptomoedas, punindo os mineradores ilegais e favorecendo os regulamentados, inclusive com a possibilidade de baixar as taxas pagas para a Administração Nacional de Eletricidade (Ande) no que diz respeito à infraestrutura.
“Na medida em que é legal, tem as suas regras, hoje tem uma tarifa diferenciada que também está a ser estudada e enquanto houver contratos, com todos os requisitos, assinados pela Administração Nacional de Eletricidade, não há problema. No curto prazo entendemos e acreditamos que pode trazer benefícios, sobretudo para a Administração Nacional de Eletricidade, para que possa ser reinvestido em infraestruturas elétricas”, afirmou.